Estudo revela: hábito comum pode causar déficit de atenção em adultos

O TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) sempre foi considerado um distúrbio com origem genética, normalmente diagnosticado na infância. Porém, uma nova pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association, revela um dado alarmante: o uso excessivo de smartphones pode levar adultos a desenvolverem sintomas de TDAH.

O estudo acompanhou 2.587 adolescentes entre 15 e 16 anos, inicialmente sem sintomas do transtorno, durante um período de 24 meses. O resultado foi claro: quem usava o smartphone por mais de duas horas diárias apresentava um risco 10% maior de desenvolver TDAH.

Como o smartphone impacta o cérebro?

A explicação é direta: o bombardeio constante de estímulos digitais prejudica a capacidade do cérebro de se concentrar. Redes sociais, mensagens, vídeos, streaming e notificações fazem com que as pessoas interrompam constantemente suas atividades, treinando o cérebro para viver em um estado permanente de distração.

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Com o tempo, esse padrão pode levar a um quadro de desatenção crônica, inquietação, impulsividade e, consequentemente, ao desenvolvimento de TDAH, mesmo em pessoas que nunca tiveram o transtorno na infância.

“É legítimo analisar a possibilidade de déficit de atenção adquirido”, disse John Ratey, professor clínico associado de psiquiatria da Harvard Medical School. Ele disse que as pessoas são constantemente pressionadas a realizar várias tarefas na sociedade atual e o uso onipresente da tecnologia pode causar vício em telas, o que pode levar a uma menor capacidade de atenção.

Os cientistas ainda alertam que mais estudos são necessários para determinar se essa relação é de fato causal. No entanto, o alerta está dado: o uso excessivo de smartphones não é inofensivo para a saúde mental e cognitiva.

Efeitos além do TDAH

O estudo também alerta que o uso excessivo de tecnologia pode gerar:

• Déficits na inteligência emocional e social.
• Desenvolvimento cerebral prejudicado.
• Isolamento social.
• Sono de má qualidade.
• Aumento da dependência tecnológica.