Médicos alertam para síndrome inflamatória que pode ter ligação com covid-19
Condição foi observada em crianças que apresentaram um quadro clínico incomum e precisaram de internação no Reino Unido
Médicos do Reino Unido emitiram um alerta urgente para problemas de saúde que podem estar relacionados à covid-19. Nas últimas três semanas, houve um aumento de internações de crianças gravemente doentes que apresentavam síndrome inflamatória.
O que intriga é que essa condição foi observada tanto crianças que testaram positivo para o novo coronavírus, bem como por aquelas que não tiveram a doença. Por isso, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS England) investiga se a condição que causa o estado inflamatório multissistêmico está ligada ao coronavírus ou a outro patógeno infeccioso ainda não identificado.
Sintomas
Os pacientes internados apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, além de dor abdominal, sintomas gastrointestinais e inflamação cardíaca. Também foram observadas certas características da síndrome de choque tóxico – que inclui pressão arterial baixa, erupção cutânea e dificuldade em respirar.
Alguns pacientes também têm sintomas da doença atípica de Kawasaki – um tipo de vasculite, que causa inflamação e inchaço dos vasos sanguíneos.
Segundo o alerta, esses são os sinais comumente observados quando o corpo fica sobrecarregado enquanto tenta combater uma infecção.
O NHS England disse que até agora há pelo menos 20 casos no país. As investigações continuarão para tentar estabelecer se há ou não um vínculo entre essas manifestações e o vírus Sars-CoV-2.
Coronavírus em crianças
Apesar disso, especialistas enfatizam que poucas crianças ficam gravemente doentes com coronavírus. Evidências de todo o mundo sugerem que elas são a população menos afetada pela doença.
Em entrevista à BBC, a médica Nazima Pathan, consultora em terapia intensiva pediátrica em Cambridge, diz que, no geral, “as crianças parecem ser mais resistentes a infecções pulmonares graves após a exposição ao coronavírus, e os números admitidos em unidades de terapia intensiva são relativamente baixos”.
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