Medo de voar: abordagem terapêutica ajuda a superar a aviofobia

Terapia reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) reprocessa traumas e lembranças no cérebro

Viajar de avião está cada vez mais acessível, mas para muitos o medo de voar fala mais alto. De acordo com pesquisa Ibope, três em cada quatro brasileiros ainda enfrentam receios na hora de embarcar em aeronaves, embora esse ainda seja o meio de transporte mais seguro.

Ansiedade, estresse, taquicardia e até crise de pânico e desmaios podem acontecer com quem enfrenta a chamada aviofobia. Para controlar essas emoções já existe uma abordagem terapêutica reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que vem mostrando resultados eficazes. Trata-se da EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing-Dessensibilização Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares).

Abordagem terapêutica é reconhecida pela OMS
Créditos: Ranimiro Lotufo Neto/istock
Abordagem terapêutica é reconhecida pela OMS

O  tratamento, indicado para todas as idades, é realizado em oito fases que deve ser seguido à risca para que a pessoa tenha acesso a todos os pilares da memória necessários para reprocessar os traumas e medos.

E isso tem uma razão. Os cientistas observaram que o medo de voar costuma estar relacionado a um trauma específico, ao medo de estar nas alturas ou diretamente ligado ao medo de morrer, ou até mesmo pelo indivíduo sofrer um trauma vicariante (trauma desenvolvido a partir de relatos de outras pessoas ou até mesmo por ter vivenciado a situação de perto), entre outros motivos.

No Brasil, a abordagem terapêutica integrativa de EMDR se utiliza de estímulos visuais, auditivos e/ou táteis durante todas as fases da terapia. Estes estímulos promovem um reprocessamentos das memórias traumáticas, uma modificação dos sentimentos negativos e transforma a forma como sensações corporais aparecem para o paciente, instigando à rede onde está presa a lembrança ou o medo.

EMDR utiliza estímulos visuais, auditivos e/ou táteis
Créditos: amesy/istock
EMDR utiliza estímulos visuais, auditivos e/ou táteis

“O paciente é incentivado a expor seus medos ou sensação traumática, e assim lhe ajudamos através dos movimentos dos olhos, de determinada maneira, que o cérebro recebe a ajuda necessária para processar o fato e o arquiva de uma forma funcional.” explica Ana Lúcia Castello, psicóloga e presidente da Associação Brasileira de EMDR .

“As informações perturbadoras são desatadas através de um caminho adaptativo até que pensamentos, sentimentos, medos, traumas, imagens e emoções tenham desaparecido e espontaneamente substituídos por uma atitude positiva” completa a especialista.

A terapia EMDR é utilizada para todo tipo de fobia e trauma, incluindo situações delicadas pós-traumáticas.