O que dizem os infectologistas sobre coronavírus e sexo

Entenda quais são os riscos associados à intimidade em meio à pandemia de covid-19

19/03/2020 16:48 / Atualizado em 16/05/2020 14:51

O distanciamento social de que tanto se fala ultimamente é extremamente necessário para ajudar a diminuir a propagação do novo coronavírus. Evitar abraços, aperto de mão, proximidade física e beijo são fundamentais, mas ainda tem muita gente em dúvida. Afinal, como ficam as relações sexuais? Podemos nos contaminar no sexo?

A resposta é SIM! Em outras palavras, namoro e coronavírus não se misturam.

A proximidade física é uma das maneiras mais fáceis de se infectar com o vírus
A proximidade física é uma das maneiras mais fáceis de se infectar com o vírus - South_agency/istock

Ao que se sabe até agora, a covid-19 não é transmitida exatamente pelo ato sexual em si. Não há evidências, por exemplo, da presença do vírus no sêmen ou na secreção vaginal. Porém, como nessas relações há proximidade física e possibilidade de contato com secreções respiratórias, a transmissão pode acontecer facilmente, segundo o infectologista João Prats, do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“Não parece ser uma doença sexualmente transmissível, mas é transmitida pelo contato íntimo, com a pele da pessoa, com as mãos que podem estar infectadas e com as secreções da boca, tosse, catarro e também com beijo”, explicou o médico em entrevista à Catraca Livre.

Portanto, pessoas com a suspeita do vírus não devem ter relação próxima com outras saudáveis. Por outro lado, parceiros sexuais que não apresentam nenhum sintoma, que estão respeitando o isolamento em casa sem nenhuma provável exposição, podem ter relações íntimas sem problemas, segundo o infectologista.

“Se os dois estão saudáveis, não vejo problema algum. Só lembrando que se um deles desenvolver sintomas, o ideal é afastar-se do outro até que os sintomas melhorem completamente, por pelo menos uma semana, para ficar tranquilo”, explica.

A infectologista Raquel Muarrek, da Rede D’or, lembra, no entanto, que o momento pede idealmente às pessoas que não moram juntas que não se encontrem. “Elas devem ficar em casa, não podem ficar andando na rua porque tem alta transmissão. Onde pegar e colocar a mão é possível se infectar. Então, pela lógica, é necessário que fiquem em casa.”

Ainda há muitas incógnitas acerca da covid-19, mas já há evidências de que o vírus pode estar no trato gastrointestinal, e, portanto, ser transmitido também através das fezes, segundo Muarek. Isso implica que a prática de sexo anal, por exemplo, pode representar um risco de infecção por coronavírus.

No mais, não há orientações oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Porém, elas são claras quando pedem para que fiquemos em casa o máximo possível e evitemos contato com outras pessoas. Esse distanciamento pode durar meses, mas é fundamental até que haja um declínio no número de novas infecções.

Até lá, dá para canalizar a energia para outras atividades ou usar a imaginação para explorar outras formas de prazer sexual.

Prevenção

Os cuidados para reduzir o risco de contrair o novo coronavírus são básicos e incluem lavar as mãos frequentemente com água e sabão, usar desinfetante à base de álcool e evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos não lavadas.

Veja outras dicas:

-Ao tossir ou espirrar é recomendado cobrir a boca e nariz;

-Não tocar mucosas de olhos, nariz e boca de outra pessoa;

-Usar lenço descartável para higiene nasal;

-Não compartilhar objetos de uso pessoal;

-Manter o ambiente ventilado.