O que é Síndrome das Pernas Inquietas? Entenda o que causa a condição

A condição, que afeta o sistema nervoso, é diferente daquela em que se movimenta as pernas em momentos de nervosismo ou ansiedade

A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), uma condição neurológica caracterizada por sensações desconfortáveis nas pernas, é mais comum do que se imagina, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

Os sintomas geralmente surgem durante o repouso ou à noite, resultando em uma necessidade irresistível de mover as pernas para aliviar as sensações desagradáveis.

No entanto, o diagnóstico e tratamento da síndrome continuam sendo um desafio para muitos pacientes e profissionais de saúde.

Com a  Síndrome das Pernas Inquietas, a pessoa sente vontade de mover as pernas logo depois de ir para a cama ou durante toda a noite
Créditos: Wachiwit/istock
Com a  Síndrome das Pernas Inquietas, a pessoa sente vontade de mover as pernas logo depois de ir para a cama ou durante toda a noite

Quais os sintomas da síndrome?

  • sensações de formigamento
  • coceira
  • queimação
  • dor nas pernas, acompanhadas por uma sensação de inquietação ou desconforto

Esses sintomas podem variar de leves a graves e podem interferir significativamente no sono, levando à fadiga, irritabilidade e dificuldades de concentração durante o dia.

Em casos mais graves, a SPI pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e bem-estar emocional dos pacientes.

O que causa a condição?

A ciência ainda não conhece exatamente a causa da SPI. No entanto, parece estar relacionada com distúrbios em áreas do cérebro.

Várias teorias têm sido propostas para explicar a origem dessa síndrome.

Alguns dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da SPI incluem:

  • fatores genéticos
  • alterações nos neurotransmissores
  • níveis baixos de ferro no cérebro
  • distúrbios do sono

Estudos sugerem que a SPI pode ter uma predisposição genética, com muitos casos ocorrendo em famílias. Pesquisas identificaram vários genes que podem estar associados à síndrome, embora não se compreenda bem o papel desses genes ainda.

Desregulações nos neurotransmissores, como dopamina, serotonina e ferro, podem desempenhar um papel no desenvolvimento da SPI. A dopamina, em particular, é considerada um neurotransmissor-chave na regulação do movimento e no controle das sensações nas pernas.

O ferro desempenha um papel importante na produção de dopamina, e a deficiência de ferro pode levar a disfunções nos circuitos neurais que controlam os movimentos das pernas.

A SPI está frequentemente associada a distúrbios do sono, como apneia do sono e síndrome da movimentação periódica dos membros durante o sono. A privação do sono e distúrbios relacionados podem intensificar os sintomas da SPI.

Como é o diagnóstico da Síndrome das Pernas inquietas?

O diagnóstico da SPI muitas vezes é desafiador, pois não existem testes específicos para confirmar a condição. Além disso, algumas vezes os médicos podem confundi-la com hiperatividade ou com outras condições médicas, como problemas circulatórios, neuropatias ou distúrbios do sono.

O diagnóstico geralmente se baseia nos sintomas do paciente e em uma avaliação cuidadosa de seu histórico médico e familiar.

Como é o tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas?

Os casos leves de síndrome das pernas inquietas geralmente não exigem nenhum tratamento, exceto algumas mudanças no estilo de vida.

Esses incluem:

  • dicas sobre como dormir (por exemplo, seguir um ritual regular de hora de dormir, dormir em horários regulares e evitar álcool e cafeína tarde da noite)
  • parar de fumar se você fuma
  • exercitar-se regularmente durante o dia

Já se os sintomas forem mais graves, o médico pode prescrever medicamentos que afetam os níveis de dopamina no cérebro, como agonistas dopaminérgicos ou medicamentos anticonvulsivantes para aliviar os sintomas.

Se a síndrome for causada por anemia por deficiência de ferro, suplementos de ferro podem ser suficientes para tratar os sintomas.

Técnicas de relaxamento, como Yoga ou meditação, também podem ser benéficos para alguns pacientes.

No entanto, é importante ressaltar que o tratamento da SPI é altamente individualizado, e o que funciona para um paciente pode não ser eficaz para outro. Além disso, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a progressão dos sintomas e ajustar o tratamento conforme necessário.