O tipo de bebida que está ligado a quase 10% dos novos casos de diabetes tipo 2
Problemas cardíacos também foram associados ao consumo da bebida
O consumo regular de bebidas adoçadas, como refrigerantes, sucos industrializados e energéticos, está diretamente ligado ao aumento dos casos de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Um estudo publicado na revista Nature revelou que cerca de um em cada dez novos casos de diabetes tipo 2 está associado a essas bebidas. Os pesquisadores analisaram dados de 184 países em 2020 e identificaram uma relação alarmante entre o consumo excessivo de açúcar líquido e problemas metabólicos graves.
As bebidas adoçadas são rapidamente digeridas pelo organismo, causando picos de glicose no sangue. Com o tempo, esse processo pode levar ao ganho de peso, à resistência à insulina e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, além de aumentar significativamente o risco de doenças do coração.
Entre os principais achados do estudo estão:
- 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 no mundo foram associados ao consumo de bebidas açucaradas, representando 9,8% do total global.
- 1,2 milhão de novos casos de doenças cardiovasculares foram vinculados a esses produtos, correspondendo a um em cada 30 casos.
- 340 mil mortes anuais são atribuídas ao consumo dessas bebidas, um aumento expressivo em relação a 2015, quando esse número era de 184 mil.

Regiões mais afetadas e impacto no Brasil
As regiões mais afetadas pelo consumo excessivo de bebidas açucaradas estão na África Subsaariana e na América Latina. O Brasil faz parte desse cenário, embora os dados específicos para o país não tenham sido detalhados no estudo. Em conjunto com o Caribe, a América Latina registrou que 24% dos novos casos de diabetes tipo 2 e 11% dos novos casos de doenças cardiovasculares estavam diretamente ligados a essas bebidas.
Impostos sobre bebidas açucaradas e medidas preventivas
Os especialistas enfatizam a necessidade de medidas para reduzir o consumo dessas bebidas e prevenir novas doenças. O estudo observou que países como o México, que implementaram impostos mais altos sobre esses produtos desde 2014, já apresentam uma redução significativa no consumo e nas consequências para a saúde.
No Brasil, uma medida semelhante foi aprovada no fim de 2024, prevendo um aumento na tributação de bebidas açucaradas a partir de 2026. Especialistas defendem que políticas públicas baseadas em evidências científicas são essenciais para conter o avanço das doenças metabólicas e salvar vidas.