Oxford e Birmingham dizem que cloroquina pode ser danoso para Covid-19
A informação faz parte de um editorial publicado no The British Medical Journal, referência mundial em publicações científicas
Pesquisadores das universidades de Oxford e Birmingham, no Reino Unido, dizem que o uso da cloroquina em pacientes com covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, pode ser prejudicial. A informação faz parte de um editorial publicado no The British Medical Journal, referência mundial em publicações científicas.
“O amplo uso da hidroxicloroquina expõe alguns pacientes a danos raros, mas potencialmente fatais, incluindo reações adversas cutâneas graves, insuficiência hepática fulminante e arritmias ventriculares (principalmente quando prescritas com azitromicina)”, afirma o artigo assinado pelo professor Robin Ferner, do Instituto de Ciências Clínicas da Universidade de Birmingham, e Jeffrey Aronson, do departamento de Ciências da Saúde da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Segundo o estudo, apesar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defender que não há riscos no uso da cloroquina, não é possível fazer essa afirmação e ainda apontam que casos de overdose pela substancia podem ser difícil de ser tratado.
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“Mesmo medicamentos inicialmente apoiados por evidências de eficácia podem, mais tarde, se provar mais prejudiciais do que benéficos”, afirmam os acadêmicos. “Precisamos de melhores ensaios clínicos controlados, randomizados e com alimentação adequada de cloroquina ou hidroxicloroquina.”
Segundo o artigo existem, pelo menos, 80 estudos sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no mundo.
Bolsonaro, assim como Trump, tem adotado a defesa ampla, geral e irrestrita do medicamento, inclusive, sem citar citar dados de pesquisas.
Em pronunciamento na quarta-feira, 8, Bolsonaro disse que “após ouvir médicos, pesquisadores e chefes de estado de outros países, passei a divulgar, nos últimos quarenta dias a possibilidade do tratamento da doença desde a sua fase inicial”.
“Há pouco conversei com o doutor Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o Juramento de Hipócrates, ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos”, afirmou o presidente.
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