Por que pular uma boa noite de sono não é bom para a saúde

Uma série de processos do nosso corpo podem sofrer um impacto com uma noite mal dormida. Entenda por que isso ocorre

O sono é uma parte importante da rotina de todos. No entanto, muitos não percebem e negligenciam a importância dessas horas de descanso. Isto é preocupante porque pular uma boa noite de sono pode afetar seriamente a saúde física e mental

A quantidade de sono que uma pessoa requer varia, mas em média a maioria dos adultos precisa de cerca de 7 a 8 horas de sono por dia. 

Por que precisamos dormir?

Embora passemos cerca de um terço das nossas vidas dormindo, os cientistas ainda não conseguiram decifrar exatamente por que precisamos dormir.

Alguns podem acreditar que o sono não tem uma função única; em vez disso, tem muitas funções vitais. Estas incluem conservação de energia, eliminação de resíduos cerebrais, suporte ao sistema imunológico, saúde cognitiva, desempenho e bem-estar psicológico.

Entenda como pular uma noite de sono pode impactar sua saúde
Créditos: expsycholog/DepositPhotos
Entenda como pular uma noite de sono pode impactar sua saúde

Ao garantir o bom funcionamento de todas estas funções, o sono ajuda a manter o organismo em condições ideais de sobrevivência.

Não está claro quanto tempo os humanos conseguem sobreviver sem dormir, mas uma coisa é certa: não é possível evitá-lo completamente. Mesmo se você tentar, seu cérebro acabará forçando você a dormir depois de um tempo.

O que acontece quando dormimos?

O sono é um processo fisiológico complexo que vai muito além de apenas fechar os olhos e descansar.

Durante o sono, nosso corpo e mente passam por uma série de processos restauradores que são essenciais para o funcionamento adequado de várias funções fisiológicas e psicológicas.

E ao contrário do que muitos possam imaginar, o cérebro não desliga completamente durante o sono. Na verdade, ele permanece ativo, coordenando essas funções essenciais para manter o corpo e a mente saudáveis.

O sono é dividido em várias fases que se repetem em ciclos ao longo da noite. Essas fases podem ser agrupadas em duas categorias principais: sono não-REM (NREM) e sono REM (Rapid Eye Movement).

Quais as fases do sono?

Sono Não-REM (NREM):

Fase 1 (N1): esta é a fase de transição entre a vigília e o sono. É um sono leve, onde podemos nos despertar facilmente. Os movimentos oculares e a atividade muscular diminuem.

Fase 2 (N2): nesta fase, o sono é mais profundo do que na fase 1. A temperatura corporal e a frequência cardíaca diminuem, e os movimentos oculares cessam. Ondas cerebrais específicas chamadas fusos do sono e complexos K aparecem, sinalizando a entrada em um sono mais estável.

Fase 3 (N3): esta é a fase do sono profundo ou sono de ondas lentas, esta fase é fundamental para a restauração física. Durante o sono profundo, a atividade das ondas cerebrais desacelera significativamente, e é mais difícil de a pessoa despertar. O corpo realiza reparos celulares, fortalece o sistema imunológico e libera hormônios importantes, como o hormônio do crescimento.

Sono REM (Rapid Eye Movement):

Fase REM: esta fase é quando acontecem os movimentos rápidos dos olhos, aumento da atividade cerebral e sonhos vívidos. Apesar da atividade cerebral aumentada, os músculos do corpo estão quase completamente paralisados, o que impede que as ações dos sonhos sejam realizadas fisicamente. O sono REM é essencial para a consolidação da memória, processamento emocional e aprendizado.

E quais as consequências de dormir mal?

  • Mais dor

A falta de sono nos torna mais sensíveis à dor. Isto é o que descobriram pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley. A pele reage mais sensivelmente às temperaturas após uma noite sem dormir. O que era suportável ontem de repente dói. Devido à falta de sono, o processamento dos sinais de dor pelo cérebro fica confuso.

  • Pressão alta à noite

Nas pessoas que dormem mal, a pressão arterial permanece muito alta à noite e não diminui. Quando você não dorme, sua frequência cardíaca permanece em torno de 80 batimentos por minuto, em vez de cair para 50 a 60. Ambos têm um efeito negativo nos vasos – aumenta o risco de arteriosclerose.

  • Ganho de peso

Pular noites de sono pode levar ao ganho de peso e aumentar o risco de obesidade. A falta de sono afeta os hormônios que regulam a fome, aumentando o apetite e a preferência por alimentos ricos em calorias.

De quanto sono precisamos?

A quantidade de sono que alguém precisa pode variar ao longo da vida e de pessoa para pessoa. Os especialistas recomendam que os adultos durmam pelo menos 7 horas por noite, pois uma extensa pesquisa indica que dormir menos de 7 horas está associado a várias consequências adversas para a saúde.

As diretrizes da National Sleep Foundation indica o seguinte:

  • Recém-nascido (0 a 3 meses): 14 a 18 horas por dia;
  • Bebê (4 a 11 meses): 12 a 15 horas por dia;
  • Um a dois anos: 11 a 14 horas por dia;
  • Três a cinco anos: 10 a 13 horas;
  • Seis a 13 anos: 9 a 11 horas;
  • 14 a 17 anos: 8 a 10 horas;
  • 18 a 25 anos: 7 a 9 horas;
  • 26 a 64 anos: 7 a 9 horas;
  • 65 anos ou mais: 7 a 8 horas.