Psoríase pustulosa: conheça essa doença grave que causa bolhas
As manifestações da psoríase pustulosa podem estar distribuídas em qualquer parte do corpo. A doença não é contagiosa
A psoríase pustulosa generalizada é uma das formas mais graves e raras dessa doença autoimune e inflamatória. Em casos extremos, pode levar a pessoa à morte, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
No Brasil, estima-se pelo menos 1.458 pacientes que apresentam sinais e sintomas dessa patologia, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Vale, no entanto, destacar que é uma doença não contagiosa.
Pacientes que sofrem com a psoríase pustulosa apresentam lesões avermelhadas na pele, acompanhadas de bolhas com pus, as chamadas pústulas. Quando essas bolhas rompem, surgem feridas.
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Segundo a SBD, os casos gerais de psoríase são provocados por predisposição genética, precipitados por fatores ambientais ou de comportamento.
Mas as crises podem ser desencadeadas por alguns gatilhos, como a interrupção do uso de medicamentos, queimadura solar, presença de infecções virais (incluindo rinovírus e coronavírus), estresse e gestação.
O perigo também está no uso corticosteroides orais, que podem, por exemplo, transformar a psoríase vulgar em psoríase pustulosa, segundo o dermatologista Gleison Vieira Duarte, um dos coordenadores da Campanha Nacional de Conscientização sobre Psoríase, promovida pela SBD.
“Essas drogas podem ser empregadas de forma inadvertida, seja por automedicação ou desconhecimento acerca de uma não indicação do corticoide na psoríase vulgar”, afirma.
“Neste caso, chamamos de psoríase pustulosa generalizada induzida pelo uso do corticosteroide. Algumas outras drogas também podem, em casos raros, provocar essa indução, como antidepressivos, lítio, entre outras”, completa.
Sintomas
Gleison Duarte também ressalta que a psoríase, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e trazer risco de morte. “As manifestações da psoríase pustulosa podem ser somente na pele. Elas podem estar distribuídas em qualquer parte do corpo, por isso têm o nome de psoríase pustulosa generalizada, com ou sem a presença de sintomas”, diz.
Neste caso, pode haver febre e mal-estar, ou sintomas que podem levar o paciente à hospitalização. “Em 7% dos casos, os pacientes com a forma generalizada podem vir a óbito, o que está muito associado a alterações de desidratação, infecções secundárias e alterações dos eletrólitos, como sódio, potássio, entre outros”, explicou.
Diagnóstico
O diagnóstico da psoríase pustulosa é clínico. “Nos casos de dificuldade, é feita uma biópsia, seguido do exame histopatológico. Também costumam ser realizados exames subsidiários para, por exemplo, afastar outros problemas de saúde da pele”, explica dermatologista Ricardo Romiti, da SBD.
Tratamento
Para os especialistas da SBD, há tratamentos que podem ser utilizados para a psoríase pustulosa generalizada. No entanto, devido à raridade da doença, todos esses tratamentos são com medicamentos off label, ou seja, que não seguem as indicações homologadas na bula. Além disso, eles são adaptados do tratamento da psoríase vulgar.
“Temos preferencialmente escolhido drogas com início rápido, como a ciclosporina e o infliximabe, que são de uso off label, mas também são utilizados a acitretina e o metotrexato quando há a possibilidade de se utilizar drogas de início de ação mais lento”, acrescenta Gleison Vieira.
Ricardo Romiti explicou que da mesma forma que há os tratamentos imunobiológicos para o controle da psoríase em placas, estão em desenvolvimento novos imunobiológicos para o controle da psoríase pustulosa generalizada.
“Essas drogas ainda não estão disponíveis no mercado, mas estão em fase avançada de estudo e parecem ter um perfil de eficácia e segurança muito satisfatórios. Enquanto essas drogas não chegam ao mercado, nesses casos mais graves nós acabamos fazendo uso dos mesmos imunobiológicos que nós temos aprovados para a psoríase para tentar controlar o quadro”.