São Paulo registra surtos de toxoplasmose; saiba como evitar
A capital paulista registrou 45 casos da doença e a suspeita é de transmissão alimentar
A capital paulista registrou três surtos de toxoplasmose desde março, segundo dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). O órgão ligado à Secretária de Saúde identificou 45 casos da doença em diferentes bairros após denúncias na Ouvidoria SUS. A suspeita é que a transmissão tenha ocorrido via consumo de alimentos contaminados de restaurantes da cidade.
A Vigilância em Saúde não informou o nome dos estabelecimentos monitorados porque a norma não permite divulgação até que haja a comprovação do risco à saúde, mas afirmou que está investigando fontes alimentares, situações de risco destes locais, assim como fornecedores de alimentos em comum desses buffets e restaurantes.
No começo da semana, clientes de um bar em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, relataram ter contraído a doença após frequentar o estabelecimento. Amostras de alimentos e água do local foram encaminhadas para análise, mas os resultados ainda não foram apresentados pela Covisa.
- Estudo revela se lavar frutas é suficiente para eliminar pesticidas
- Estes sinais podem indicar doença silenciosa no fígado
- Conheça os sintomas da Toxoplasmose e como evitar a infecção
- 12 sinais de pressão alta que as pessoas não costumam notar
A toxoplasmose é infecção causada por um parasita, o protozoário Toxoplasma gondii.
Importante: a Covisa explica que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos contaminados mal lavados, mal cozidos ou ingeridos crus, principalmente carnes.
As orientações para evitar toxoplasmose são as seguintes:
- Não ingerir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas;
- Beber, sempre que possível, água tratada e sujeita a controle de qualidade;
- Ferver a água não tratada antes de consumi-la;
- Lavar as mãos ao manipular alimentos;
- Após manusear carne crua, lavar bem as mãos e toda a superfície que entrou em contato com esse alimento e os utensílios utilizados;
- Usar luvas e lavar bem as mãos após realizar atividades de jardinagem;
- Usar luvas ao manipular fezes de gato;
- Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados, seja de vaca ou de cabra.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ainda recomenda que os alimentos como frutas, legumes e hortaliças devam ser corretamente higienizados, uma vez que podem ser consumidos crus, a fim de eliminar micróbios patogênicos e parasitas.
Sintomas de toxoplasmose
Pessoas com o sistema imune intacto geralmente não desenvolvem sintomas de toxoplasmose. No entanto, o parasita pode persistir durante toda a vida no seu hospedeiro, havendo um risco de reativação da infecção em um momento posterior se o indivíduo tornar-se imunodeprimido.
A maioria das pessoas só descobre ter sido infectada pelo Toxoplasma gondii quando faz exames de sangue. Este fato é muito comum nas mulheres no pré-natal, pois a sorologia para toxoplasmose faz parte dos exames de rotina de uma grávida.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico). Os sintomas normalmente se assemelham à gripe e dengue, podendo incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.
Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais graves, incluindo febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e convulsões.
Gestantes: mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.
Recém-nascidos: dos recém-nascidos infectados (Toxoplasmose Congênita), cerca de 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. No entanto, essas crianças podem indicar alterações como restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e neurológicas. Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou na idade adulta.
Os recém-nascidos que apresentam manifestações clínicas podem ter sinais no período neonatal ou nos primeiros meses de vida. Esses casos costumam ter, com mais frequência, sequelas graves, como acometimento visual em graus variados, retardo mental, anormalidades motoras e surdez. As sequelas são ainda mais frequentes e mais graves nos RN que já apresentam sinais ao nascer, com acometimento visual em graus variados, retardo mental, crises convulsivas, anormalidades motoras e surdez.