Sinais de hipertermia para ficar atento no calor
Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta de “grande perigo”, com “risco de morte”, nos próximos dias por conta das altas temperaturas
Os próximos dias serão de calor intenso em quase todo o país, previsão que fez o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitir um alerta para o risco de hipertermia. A condição acontece quando a temperatura corporal sobe além dos 40ºC, o que pode comprometer a saúde, causar alterações no estado mental ou até mesmo levar à morte.
Pelo menos até sexta-feira, 9, é preciso atentar-se aos sinais, além – é claro – de aumentar a ingestão de água e evitar a exposição ao sol.
Os sintomas da hipertermia variam de acordo com o estágio e de quanto o corpo está superaquecido, mas, no geral, há a conhecida sensação de mal-estar, com indisposição, fadiga e tontura.
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“Sem dúvida, a queda de pressão é sintoma inicial. Porque, em temperaturas maiores, o organismo tende a ter uma vasodilatação. Ou seja, o calibre das artérias aumenta para fazer a compensação e tentar se resfriar. Então, a pessoa começa a ter tontura da queda de pressão”, explica o cardiologista e clínico geral Marcelo Sampaio, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Ainda segundo o médico, a hipertermia afeta vários órgãos e subsistemas, um deles é o neurológico. “As pessoas começam a ter irritabilidade, alterações comportamentais, alterações confusionais, podem ter uma dor de cabeça muito marcante e muito forte e, se essas alterações neurológicas evoluírem, a pessoa pode chegar à sonolência, estupor (inconsciência profunda) e até mesmo coma”, diz.
O subsistema cardiológico também é outro que pode ser afetado. Isso acontece porque, em altas temperaturas, pode haver uma vasodilatação, queda da pressão arterial, engrossamento do sangue, e a possibilidade da formação de coágulos e obstrução das artérias coronárias do coração, o que pode gerar um infarto.
“Além do mais, a frequência cardíaca aumenta e as pessoas predispostas podem ter arritmias. E essas arritmias podem ser uma simples palpitação, como um ataque cardíaco importante e até mesmo uma parada cardíaca”, alerta o cardiologista.
Porém, o médico esclarece que a hipertermia não vai acontecer se a pessoa estiver em casa com o ar-condicionado ligado e for até a padaria, por exemplo. Segundo ele, um trajeto curto como esse não é capaz de provocar hipertermia. Por outro lado, a condição pode facilmente ocorrer se a pessoa sair entre as 10h e as 17h para fazer exercício físico por um tempo de exposição prolongado.
Listamos a seguir os principais sinais da hipertermia para ficar atento:
Nível 1:
- Suor excessivo
- Exaustão
- Pele ruborizada ou vermelha
- Dor de cabeça
- Tontura
- Náusea
Nível 2:
- Pele fria, pálida e úmida
- Suor extremo ou forte
- Pulso rápido mas fraco
- Náuseas, vômitos e diarreia
- Dor de cabeça
- Cãibras nas extremidades
- Fraqueza
- Sede intensa
- Tontura
- Urina escura (amarelo forte)
- Dificuldade em prestar atenção ou concentração
- Desmaio temporário ou perda de consciência
Se esses sinais aparecerem, a recomendação é ir para um local mais fresco, protegido do sol, borrifar água no corpo e aplicar compressas de gelo no pescoço, axilas e virilha.
Caso os sintomas persistirem por 15 minutos, é importante procurar atendimento médico. “Às vezes, você tem situações de tonturas leves, com palpitação, uma dor no peito, mas isso passa. Mas quando os sintomas persistirem, forem progressivos e a pessoa estiver ainda exposta ao calor, aí, ela deve procurar atendimento médico”, orienta o especialista da BP.
Dicas para evitar a hipertermia
Junto ao alerta para o risco de hipertermia, o Inmet orientou as seguintes medidas durante os dias quentes:
- Beber bastante líquido;
- Evitar atividades físicas de esforço;
- Evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia;
- Usar hidratante para pele e umidificar o ambiente;
- Evitar bebidas diuréticas (café e álcool);
Em caso de dúvidas, é possível esclarecê-las com a Defesa Civil (telefone 199) e o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
De acordo com a previsão do Inmet, a umidade do ar irá aumentar gradualmente com aproximação de frente fria do sul do país e com a chuva prevista a partir de quinta-feira, sobretudo na sexta-feira, 9. É quando o padrão de bloqueio atmosférico deve ser rompido e a umidade conseguirá alcançar também o centro e Sudeste do país.