Síndrome Alcoólica Fetal: os riscos da bebida na gestação

Mães que consomem álcool durante a gravidez podem gerar bebês com malformações e outros danos funcionais

Pesquisas alertam que não há consumo seguro de álcool durante a gravidez
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Pesquisas alertam que não há consumo seguro de álcool durante a gravidez

O conhecimento acerca dos efeitos do álcool na gestação é considerado recente. Os primeiros relatos surgiram em 1968 na França, onde pesquisadores descreveram graves efeitos adversos do álcool em 127 casos de filhos de mães alcoólatras. O abuso de bebidas alcoólicas durante a gestação pode causar malformações congênitas no feto, problema conhecido como Síndrome Alcoólica Fetal.

Dentre os sintomas mais comuns da SAF estão: alterações faciais; atraso no crescimento; desordens de comportamento e de aprendizado; e comprometimento em diferentes órgãos, aparelhos e sistemas, principalmente no nervoso central.

Entre as alterações faciais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) cita pálpebras estreitas e pequenas, ausência de filtro nasal e borda vermelha do lábio superior fina. Além disso, também podem ocorrer microcefalia, além de déficit de audição e visão. O diagnóstico, alertam os pediatras, deve ocorrer o mais precocemente possível, de preferência ainda no berçário, pelos aspectos faciais.

“Na fase escolar, as alterações físicas vão desaparecendo, o que faz o diagnóstico ser mais difícil e há a necessidade da avaliação de um especialista sobre as dificuldades apresentadas pela criança. O tratamento funciona como suporte, uma adaptação às necessidades e sintomas, mas não existe cura. Por isso, devemos sempre lembrar dos riscos e atentar que não há um nível seguro para a ingestão de álcool”, afirma dra. Conceição Segre, assessora de campanhas da SBP.

Diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível
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Diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível

Embora não haja estatísticas oficiais da SAF no Brasil, o Ministério da Saúde, estima a prevalência de Síndrome em 1 a cada 1.000 nascidos vivos, índice menor que o registrado em termos mundias (3 em cada mil). No entanto, a pasta reconhece que a estimativa nacional pode estar subestimada, “considerando a dificuldade de diagnóstico, a não obrigatoriedade da notificação e o seu consumo significativo de bebidas alcoólicas pelas gestantes no Brasil”.

Apesar da falta de dados oficiais, os médicos apontam, que o perfil das mães que dão à luz crianças com a síndrome segue um mesmo padrão. São no geral, mulheres dependentes do álcool, de baixa renda e instrução, estado nutricional comprometido e que vivem uma gravidez não desejada.

Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal

Não se conhecem níveis seguros de consumo de álcool durante a gestação, portanto, a única maneira de prevenir a essas consequências nos fetos é a abstinência total de consumo de álcool pela mulher grávida. Mulheres que desejam que desejam engravidar.