Suplementos de cálcio podem causar pedras nos rins?
O ideal é que qualquer suplemento seja tomado apenas com a orientação de um médico ou profissional de saúde
Suplementos de cálcio são comumente tomados para ajudar a construir e manter ossos e dentes fortes. No entanto, alguns estudos sugerem que tomar muito cálcio na forma de suplemento pode aumentar o risco de desenvolver pedras nos rins.
Um novo estudo descobriu que pessoas com histórico de cálculos renais podem ter um risco maior de recorrência se usarem suplementos de cálcio.
Um estudo da Women’s Health Initiative encontrou um aumento de 17% em mulheres que tomam 500 mg de cálcio e 2.000 UI de vitamina D3 duas vezes ao dia, em comparação com aquelas que tomam placebo.
Outro estudo encontrou evidências semelhantes e um risco aumentado de 20% em pessoas que tomam suplementos de cálcio.
O que são pedras nos rins?
As pedras nos rins são depósitos pequenos e duros que podem se formar nos rins, causando dor e desconforto à medida que passam pelo sistema renal.
Muitas vezes, são compostos de oxalato de cálcio, um composto que pode se acumular no corpo quando há muito cálcio na dieta.
Os suplementos de cálcio podem aumentar o nível de cálcio no organismo e aumentar o risco de pedras nos rins, especialmente se tomados em altas doses.
No entanto, o cálcio proveniente de fontes alimentares não tem o mesmo efeito que os comprimidos de cálcio.
Estudos sugerem que uma dieta rica em alimentos ricos em cálcio, como laticínios com baixo teor de gordura, demonstrou diminuir o risco de pedras nos rins.
Isto sugere que pode não ser o cálcio que causa as pedras, mas sim a forma como o corpo o absorve e processa.
O risco de pedra nos rins para os homens é ligeiramente maior do que para as mulheres, e sabe-se que elas afetam mais aqueles que estão com sobrepeso ou obesos.
Formação de cálculos renais de oxalato de cálcio
Estudos mostram que tomar mais do que a suplementação de cálcio recomendada pode aumentar o risco de desenvolver cálculos renais de oxalato de cálcio devido à absorção insuficiente de gordura.
A gordura então se liga ao cálcio e deixa o oxalato ser excretado pelo sistema renal.
Os cálculos renais de oxalato de cálcio se formam quando há excesso de oxalato de cálcio na urina.
Normalmente, o corpo elimina o cálcio e o oxalato pela micção. Ainda assim, se houver muito oxalato e fluido insuficiente para diluí-lo, o oxalato pode começar a formar cristais.
Com o tempo, esses cristais podem se acumular e transformar-se em pedras duras.
O oxalato é uma molécula incolor encontrada em muitos alimentos e é produzida no corpo como um resíduo. É um tipo de ácido orgânico que pode se ligar a diferentes minerais do corpo para formar cristais e acumular-se lentamente para formar pedras nos rins.
Alguns alimentos com alto teor de oxalato são:
- Espinafre
- Beterraba
- Amêndoas
- Chocolate
Algumas pessoas com problemas de saúde são mais propensas a quantidades excessivas de oxalato; no entanto, a maioria das pessoas consegue excretar oxalato de forma eficaz através do sistema renal com dieta adequada e ingestão de líquidos.
Quais os sintomas de ter pedra no rins?
- Dor intensa na região lombar ou abdominal, que pode se espalhar para a virilha e órgãos genitais
- Dor ao urinar, acompanhada de urgência ou frequência aumentada para urinar
- Urina com sangue, turva ou com odor forte
- Náusea e vômito
- Sensação de desconforto ao urinar
- Dor aguda intermitente, conhecida como cólica renal, causada pelo movimento da pedra no trato urinário
Como prevenir pedras nos rins?
Não consumir bebida alcoólica em excesso
Bebidas alcoólicas, consumidas em excesso, podem estar associadas às pedras nos rins, uma vez que elas diminuem o metabolismo do ácido úrico.
Aumentar a ingestão de água
Esse é o mais lógico e conhecido cuidado que ajuda a evitar pedra nos rins. Tomar bastante água ajuda a urinar mais e a diluir os cristais ou formações sólidas do trato urinário. O recomendável é tomar no mínimo 2 litros de água por dia.
Diminuir o consumo de alimentos processados e industrializados
Cerca 75% do sódio que as pessoas ingerem vem dos alimentos processados e industrializados. Alguns alimentos processados concentram tanto sódio que uma única porção tem quantidade superior à recomendada para ingestão diária que é de 5g de sal (equivalente a 2g de sódio).
Assim, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) recomenda fica atento aos rótulos dos alimentos, pois os fabricantes precisam expor essa informação.
Também recomenda-se atenção à quantidade de sal usado no preparo dos alimentos. Em dias mais frios, há uma tendência maior de consumo, por conta de refeições mais calóricas e condimentadas.
No lugar do sal, a SBN recomenda usar temperos que realçam o sabor da comida, como salsinha, alecrim, orégano, pimenta-do-reino, louro, hortelã, páprica e outros.
Diminuir o consumo de proteínas
A dietas hiperproteicas, com excesso de proteína animal, podem sobrecarregar os rins.
O risco é ainda maior em pessoas com doenças pré-existentes nos rins e ou histórico familiar de doença renal. Assim sendo, a forma mais segura de adequar a quantidade de proteína às suas necessidade é consultando-se com um nutricionista.