Varíola do macaco: devemos nos preocupar com o surto na Europa?
Ainda há muitas perguntas sem respostas para o surto atual; veja o que dizem as autoridades
O surto da varíola do macaco se espalha pela Europa, com dezenas de casos confirmados e suspeitos no Reino Unido, Espanha, Portugal. Mais recentemente, Estados Unidos e Canadá também confirmaram casos, acendendo um alerta entre as autoridades de saúde. Afinal, devemos no preocupar com isso?
A doença, que é endêmica na África, já infectou milhares em algumas regiões da África Central e Ocidental nos últimos anos. Mas casos fora do continente até então eram raros e se tem pouca ideia da forma como as pessoas estão se contaminando.
Há a preocupação de que o vírus possa estar se espalhando sem ser detectado e possivelmente por meio de uma nova via de transmissão.
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“Este [surto] é raro e incomum”, disse a epidemiologista Susan Hopkins, que é a principal conselheira médica da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), em comunicado.
“Exatamente onde e como eles adquiriram as infecções permanecem sob investigação urgente”, disse a agência no comunicado.
Uma das teorias em investigação é que a infecção possa estar ocorrendo via sexual. A maioria dos casos foi detectada em homens gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
Os países com casos suspeitos e confirmados têm entrado em contato com clínicas de saúde sexual perguntando sobre pacientes com erupções cutâneas incomuns, a principal característica da varíola do macaco.
Enfermeiros e médicos estão sendo aconselhados a ficarem alertas aos pacientes que apresentam essas bolhas no corpo.
Transmissão
A doença normalmente é transmitida quando alguém está em contato próximo com as lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias de alguém infectado.
Também pode ocorrer a partir da mordida ou arranhão de um animal infectado, ingestão de carne de caça, ou contato direto com roupas de cama ou roupas de pessoas contaminadas.
Surto preocupa?
Embora ainda se saiba pouco sobre o atual surto, as autoridades de saúde dizem que não há motivo para pânico.
“É importante enfatizar que a varíola não se espalha facilmente e o risco para as pessoas em geral é bastante baixo”, afirmou Nick Phin, vice-diretor do Serviço Nacional de Infecção do departamento de Saúde Pública do Reino Unido.
Além disso, o vírus causador da doença é parente do patógeno que causa a varíola que foi erradicada em 1980. E a vacina desenvolvida para a varíola é eficaz para ambas as doenças.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também explica que, embora não exista tratamentos específicos para a infecção por varíola, os surtos podem ser controlados com medicamentos.
Apesar disso, os países seguem vigiantes para descobrir como a disseminação dos casos tem acontecido e poder frear o vírus.
Gravidade da doença
A infecção da varíola da macaco em raros casos é fatal. Dados apontam que ela mata no máximo 1 a cada 10 pessoas infectadas. A maioria dos pacientes se recupera em semanas.
Sintomas
Os sintomas podem aparecer de cinco a 21 dias após a infecção.
Geralmente, começa com sintomas semelhantes aos da gripe, como dores musculares, de cabeça e calafrios, além de inchaço dos gânglios linfáticos. Depois, a infecção progride e começa a aparecer erupção cutânea que se espalha para o rosto e o corpo.