Bolsonaristas se automedicam com antipulgas, cloroquina e azitromicina

Segundo os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a medida seria uma 'corrente do bem'

Bolsonaristas estão se automedicando com antipulgas, cloroquina e azitromicina assim que percebem os primeiros sintomas respiratórios da covid-19, desde antes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conseguir flexibilizar o uso da cloroquina para casos leves de coronavírus nesta quarta-feira, 20, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Bolsonaristas se automedicam com antipulgas, cloroquina e azitromicina
Créditos: Reprodução
Bolsonaristas se automedicam com antipulgas, cloroquina e azitromicina

Os medicamentos são receitados por um grupo de médicos que se autodenominam como “médicos do bem” e de acordo com a reportagem, as substâncias são compradas em grandes quantidades e distribuídas aos apoiadores do presidente.

Um grupo de bolsonaristas que integram um acampamento, na porta da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), foi entrevistado pelo jornal e contou que sem realizar teste para confirmar a suspeita, sem, ao menos, ir ao hospital, passaram a tomar ‘um mix’ de antipulgas, cloroquina e azitromicina que receberam de colegas do acampamento

O acampamento é um protesto dos bolsonaristas pedindo o impeachment do governador João Doria e o fim da quarentena e medidas de isolamento social, recomendas por autoridades de saúde do mundo todo para conter a proliferação do coronavírus.


#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


O texto novo protocolo do Ministério da Saúde que recomenda o uso da cloroquina para casos leves, admite que não há evidências científicas que comprovem a eficácia do medicamento e pede que o paciente assine um termo de consentimento, que cita risco de agravamento da condição clínica.

Diversos estudos têm mostrado que esses medicamentos não só não têm efeito contra a Covid-19 como podem aumentar o risco cardíaco.

Já a ivermectina é um antiparasitário, usado contra vermes e parasitas, como piolhos, pulgas, sarna e filariose em humanos e em animais. Um estudo australiano mostrou que a substância diminui o material viral do coronavírus em testes com células cultivadas em laboratório. No entanto, ainda não se sabe se o efeito seria o mesmo em animais vivos.