Documentário coleta depoimentos da população sobre a quarentena
Angústias, memórias, confissões e inúmeros sentimentos têm feito parte da rotina de todos nós na pandemia; envie sua mensagem de voz
Angústias, memórias, confissões e inúmeros pensamentos distintos têm feito parte da rotina da população durante o período de quarentena em todo o mundo. A pandemia da covid-19 fez as pessoas vivenciarem sentimentos até então desconhecidos — e falar sobre eles não é fácil.
Para retratar este momento histórico, o documentário “Tell me” (“Depois do sinal”, no Brasil) convida o público a enviar mensagens de voz anônimas, a uma caixa postal, com relatos a respeito de situações e sentimentos deste período em isolamento social. A ideia do filme, que tem previsão de lançamento para o final desde ano, é fazer uma retrato do momento atual, destacando a crise sanitária e política.
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O projeto reúne 24 documentaristas de 15 países, como Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Argentina, França, China, Turquia e Jordânia. O grupo se formou há dois anos após um workshop no Peru comandado pelo diretor alemão Werner Herzog.
Um dos três diretores brasileiros do grupo, Tom Hamburger conta que a iniciativa surgiu a partir da experiência da diretora nascida na Estônia, Marta Pulk. “Com a pandemia e a quarentena, ela teve a ideia de abrir uma caixa postal em Tallinn [capital do país] para fazer um documentário local”, afirma.
Como as mensagens que recebeu eram muito interessantes, a diretora acionou virtualmente a rede montada depois do workshop. “Ela nos convocou no nosso grupo de WhatsApp e o projeto virou um grande esforço de cooperação internacional”, relata o documentarista.
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De acordo com Hamburger, o objetivo do projeto se caracteriza de duas formas. O primeiro é que, agora, no calor do momento, a caixa postal funcione como uma válvula de escape para quem precise desabafar ou refletir falando alto consigo mesmo. “Em outras palavras, para ajudar de alguma forma a atravessarmos esse período difícil.”
A segunda forma é que o documentário, uma vez pronto, possa servir como um retrato desse momento histórico. “Ao assisti-lo, o intuito é que o espectador seja convidado a refletir sobre o que passou e como ele mesmo foi influenciado e transformado por essa experiência. Que o filme nos ajude a entender o depois da pandemia”, pontua.
Assista ao trailer abaixo:
Como participar
Para compor o documentário, uma das etapas é coletar depoimentos por meio de diversas caixas postais em cada país dos diretores envolvidos. Qualquer pessoa pode gravar mensagens anônimas e participar do projeto.
Segundo Tom Hamburger, as gravações formam o coração do filme. “É a partir delas que fotografamos a quarentena em cada país em que estamos atuando e construímos a narrativa. O espectador poderá ouvi-las, sem identificação de quem enviou, as associando com a parte visual do projeto, que será diferente em cada um dos países”, reflete.
O documentarista explica que o mais importante é que sejam mensagens pessoais e espontâneas que contem histórias do que aconteceu nesse período de isolamento.
“Tudo é interessante, desde o detalhe do cotidiano e as dificuldades práticas enfrentadas no dia a dia até confissões e descrições de sensações e sentimentos experimentados durante o isolamento. O importante é que contem histórias do presente dia a dia, das expectativas de futuro ou em relação ao passado”, enfatiza.
“Já recebemos desde poesias declamadas, músicas cantadas, receitas de bolo até desabafos muito emocionantes com histórias pessoais sobre amor, medo, saudades, crushs…tudo vale!”, completa.
Se você quiser colaborar, é preciso ligar para o número (11) 3042-8716 e deixar uma mensagem de voz após o sinal ou mandar um áudio via WhatsApp para o mesmo número. O limite da gravação é de 2 minutos, mas pelo aplicativo o tempo permitido é bem maior.
Saiba mais sobre o filme no Instagram.