Prêmio Cidadão SP é entregue a quem transforma a cidade
A homenagem é considerada o mais importante reconhecimento a quem faz a diferença na capital paulista
O Prêmio Cidadão SP, mais importante reconhecimento a quem faz a diferença na capital paulista, com repercussão em todo o país, foi celebrado hoje, no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo).
Promovido pelo ReciproCidade, o prêmio é conduzido pelo jornalista Gilberto Dimenstein, fundador da Catraca Livre. Neste ano, conta com a parceria da Tegra Incorporadora.
Foram homenageados Eduardo Saron, dirigente do Itaú Cultural (grande homenagem); Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBR (cidadania); a professora Renata Bertazzi Levy, considerada uma das pesquisadoras mais influentes do mundo (ciência); o pianista Hercules Gomes (cultura); o idealizador do São Paulo Fashion Week, Paulo Borges (economia criativa); e o Ipepo – Instituto da Visão, organização brasileira reconhecida mundialmente na área de oftalmologia (saúde).
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“Nada mais justo do que a arte, a academia e a ciência darem as mãos”, disse Eduardo Saron, do Itaú Cultural, sobre os vencedores. E acrescentou: “Para a gente quase que reafirmar a importância dos valores democráticos, da filosofia e do teatro como pensamento da construção crítica. Isso é o que nos move”.
Formação
Eduardo Mufarej, do RenovaBR, também ressaltou o valor da política no processo democrático. “É importante que a gente apoie essas pessoas que estão dispostas a realizar política de modo diferente. Isso é fundamental”.
Ele recebeu a homenagem do fundador da ONG Doutores da Alegria, Wellington Nogueira, que participou da primeira turma de formação de políticos do RenovaBR. “Descobri um novo mundo”, disse Nogueira.
Exportação
O evento também reforçou o papel de brasileiros no cenário mundial. Renata Bertazzi Levy, do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde), da USP (Universidade de São Paulo), que foi considerada uma das pesquisadoras mais influentes do mundo, contou que estudos brasileiros têm se tornado referência, inclusive em organismos como a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Ela faz parte do grupo que desenvolveu o NOVA, uma classificação que divide os alimentos por grau de processamento. E que se tornou ferramenta para organizações de diversos países.
Paulo Borges, do SPFW, enumerou as vezes em que a semana de moda brasileira, idealizada por ele, inovou – e saiu à frente de eventos semelhantes em outros lugares. Foi o primeiro a ter transmissão online, a ser carbono zero e a ter mais diversidades nas passarelas, com modelos trans.
“Acreditamos no papel que a moda tem para desempenhar”, disse. E adiantou que, neste ano, para a SPFW, está produzindo uma “reinvenção”.
Futuro
Os representantes do Instituto da Visão – Acácio Alves de Souza, Eric de Andrade, Milton Yogi e Paulo Henrique Morales – apresentaram as conquistas da organização: 270 mil atendimentos realizados, dos quais mais de 100 mil pelo SUS (Sistema Único de Saúde), além de doação de 5.000 óculos.
Em 2020, a meta é levar os óculos às salas de aula. Segundo eles, 8% das crianças vão mal na escola por problemas na visão.
Os convidados acompanharam três apresentações. A primeira, do pianista Salomão Soares. A segunda, do pianista Hercules Gomes, que apresentou peças dos compositores Tia Amelia e Ernesto Nazareth.
Hercules voltou ao palco para trazer uma composição sua, num dueto com a flautista Viviane Marques da Silva, da Orquestra Sinfônica Heliópolis.
Conexões
Gilberto Dimenstein, fundador da Catraca Livre, reforçou o papel das conexões em uma sociedade transformadora. “Vamos continuar a fazer pontes, disse Eduardo Saron, do Itaú Cultural, ao jornalista. “Esse prêmio é muito mais seu do que nosso”, afirmou.
Estiveram presentes também o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Sérgio de Sá Leitão; Ana Lúcia Villela e Marcos Nisti, do Instituto Alana; a presidente do MAM, Mariana Guarini; o designer Marcelo Rosenbaum; o fundador da galeria Choque Cultural, Baixo Ribeiro; João Paulo Nogueira, do Horas da Vida; a atriz Bárbara Paz; e Edilson Ventureli, da Orquestra Heliópolis.
História
O Prêmio Cidadão SP nasceu em 2012, como continuação ao Prêmio Cidadão Sustentável, que visava premiar o cidadão com a ação mais transformadora para tornar São Paulo uma cidade mais saudável e solidária.
O prêmio já homenageou expoentes como o maestro João Carlos Martins; Danilo Miranda, diretor do Sesc-SP; o jornalista Jairo Marques, da Folha de S.Paulo; e os empreendedores sociais Antonio Nóbrega, do Instituto Brincante, Marcelo Rosenbaum, do A Gente Transforma, e Roberto Kikawa, do Projeto Cies. Instituições como a plataforma de mídia e notícias Quebrando o Tabu e a agência Africa também foram contempladas.