10 formas comuns de reação ao trauma; saiba reconhecer

Reconhecer como o trauma molda nossas reações nos ajuda a nos compreender melhor

Um trauma é uma experiência estressante ou dolorosa motivada por um evento perturbador, ameaçador ou violento. Pode ser um acontecimento único, como um acidente grave, um desastre natural, um ato de violência ou abuso, ou pode ser resultado de eventos contínuos, como abuso emocional ou negligência.

O impacto do trauma pode variar de pessoa para pessoa e pode afetar diferentes áreas da vida, incluindo emocional, psicológica, física, social e até espiritual.

“O trauma pode influenciar profundamente nossos pensamentos, emoções e comportamentos, muitas vezes de maneiras que talvez não reconheçamos imediatamente. Compreender as respostas comuns ao trauma é um passo fundamental para a cura e a autoconsciência”, escreveu no Instagram a terapeuta Linda Meredith, especialista em trauma. 

conheça as possíveis reações ao trauma
Créditos: ArtistGNDphotography/istock
conheça as possíveis reações ao trauma

As reações ao trauma podem variar significativamente de pessoa para pessoa e dependem de uma série de fatores, incluindo a natureza do evento traumático, a história de vida da pessoa, o suporte social disponível e os recursos pessoais para enfrentar o trauma. No entanto, algumas reações comuns ao trauma incluem:

Reações comuns ao trauma

Reexperimentação do evento

Quando estamos traumatizados por algo ou situação, temos a tendência de repetir constantemente os eventos em nossas mentes. É como se fosse um flashback, o que pode nos levar a entrar em uma espiral.

Reexperimentamos o evento traumático como se estivesse acontecendo novamente. Nesse cenário são comuns pesadelos, evitação de lugares ou situações que lembrem o evento traumático, ansiedade, depressão, hipervigilância, dificuldade de concentração, alterações no sono e no apetite, entre outros.

Evitação de gatilhos

A pessoa pode evitar lembranças, sentimentos ou situações que estejam associadas ao evento traumático. Isso pode incluir evitar lugares, pessoas ou atividades que desencadeiam lembranças do trauma.

Entorpecimento e dissociação 

O entorpecimento refere-se a uma sensação de dormência emocional ou uma diminuição geral da resposta emocional. A pessoa pode sentir-se desconectada de suas emoções, como se estivesse “embotada” ou incapaz de sentir alegria, tristeza ou qualquer outra emoção com a mesma intensidade que antes do evento traumático. Isso pode ser uma tentativa inconsciente de evitar sentimentos intensos que possam ser dolorosos demais.

Já a dissociação é um fenômeno no qual a pessoa se sente desconectada de si mesma, do ambiente ao seu redor ou até mesmo de suas próprias experiências emocionais e físicas. Pode se manifestar de várias formas, desde uma sensação de estar “fora do corpo” até uma perda de memória temporária para eventos específicos. Por exemplo, uma pessoa pode se lembrar de ter vivenciado um evento traumático, mas sentir-se como se estivesse assistindo a ele de fora, como se não estivesse realmente acontecendo com ela.

Problemas cognitivos 

O trauma pode afetar a capacidade de recordar eventos passados ou de formar novas memórias. Isso pode incluir lapsos de memória relacionados ao evento traumático ou dificuldade em lembrar informações cotidianas.

Memórias repentinas e vívidas 

Outras vezes, porém, as memórias da experiência traumática podem ser repentinas e vívidas, o que faz a pessoa entrar na espiral de pensar demais e sentir exatamente as emoções que sentiu no evento traumático. 

Hipervigilância

A pessoa pode entrar no padrão de hipervigilância e ansiedade o tempo todo e estar constantemente em alerta máximo, procurando por sinais de perigo. Isso pode levar a dificuldades para relaxar, insônia e irritabilidade.

Vergonha e culpa 

No contexto do trauma, a vergonha pode surgir quando a pessoa se culpa por ter sido vítima ou por não ter sido capaz de evitar o evento traumático. Isso pode levar a sentimentos de autoaversão e autocrítica intensa, levando a uma baixa autoestima e isolamento social.

Comportamento de risco 

A pessoa pode se tornar impulsiva e entrar num padrão de comportamento de risco ou autodestrutivos, como automutilação, excesso de exercício físico, alimentação inadequada ou envolvimento em atividades perigosas.

Também pode ter dificuldade em controlar as as reações quando se está com raiva, levando a comportamentos agressivos ou violentos em relação a si mesmo ou aos outros.

Visão distorcida do mundo

Ao projetar a raiva e o trauma no mundo se tem uma visão distorcida e negativa da vida. Isso pode levar a pessoa a se tornar  cínica em relação a tudo e não conseguir olhar para as coisas positivas da vida.

Isolamento e retraimento

Após o trauma, muitas pessoas se sentem desconectadas dos outros e têm dificuldade em confiar nas pessoas ao seu redor. Isso pode levar ao isolamento social e a uma retirada das interações sociais.