8 doenças vasculares comuns: conheça os sintomas de cada uma
Essas enfermidades afetam milhões de pessoas em todo o mundo e podem causar consequências gravíssimas para a saúde
As doenças vasculares atingem artérias, veias e todo o sistema vascular. São vários os tipos que podem se manifestar em qualquer parte do organismo e de formas diferentes. Por isso, são classificadas nas categorias doenças arteriais e venosas.
“As arteriais atingem os vasos sanguíneos que transportam o sangue do coração para o resto do corpo. Já as venosas afetam as veias, que são os vasos que trazem o sangue de volta ao coração”, explica o cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha.
Conheça as oito doenças vasculares mais comuns
Varizes
Um dos quadros vasculares mais comuns é o de varizes. Trata-se de uma condição em que as veias ficam dilatadas e deformadas, geralmente na cor púrpura-azulada.
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Normalmente, elas aparecem nas pernas, mas podem se manifestar em outras partes do corpo. O problema é mais comum entre as mulheres.
“As varizes são ocasionadas pelo seguinte motivo: nas veias das pernas que conduzem o sangue ao coração, existem válvulas para impedir o retorno dele aos pés. Quando elas não funcionam bem, o sangue se acumula nas veias, provocando varizes”, explica o cirurgião vascular.
Os pacientes com veias varicosas podem apresentar sintomas, como: dores, sensação de cansaço e fadiga nas pernas e queimação na pele.
Hereditariedade, obesidade, idade e gênero estão entre os fatores que deixam as pessoas mais propensas a apresentar esse problema vascular.
“Quando não são tratadas, elas podem gerar complicações, como: eczema, dermatite, trombose, flebite, hemorragias, escurecimento das pele e úlceras”, alerta o médico.
Alguns hábitos na vida do paciente servem como prevenção ao surgimento de varizes. “É importante não ficar na mesma posição por muito tempo e praticar atividades físicas. Exercitar-se também é uma forma de preservar a saúde vascular”, diz Fábio Rocha.
Trombose venosa
A trombose venosa é uma doença vascular que se caracteriza pela formação de coágulos, chamados de trombos.
Esses coágulos obstruem ou prejudicam o fluxo sanguíneo venoso e podem atingir as veias que estão abaixo da pele ou, no caso da trombose venosa profunda, as veias mais profundas.
O trombo pode se desprender e seguir em direção aos pulmões, causando uma embolia pulmonar.
Entre os sintomas que a trombose venosa apresenta estão:
- Inchaço nas pernas;
- Dor repentina em um dos membros inferiores;
- Vermelhidão no membro afetado;
- Pele mais dura que o normal;
- Dilatação nas veias.
“Pessoas com histórico familiar, que passam por cirurgias prolongadas, traumatismos, infecções graves, quimioterapia, sedentarismo, fumantes e/ou quem está acima do peso têm maior probabilidade de desenvolver uma trombose”, comenta o cirurgião vascular.
Evitar ficar longos períodos sentado e o uso de roupas apertadas, manter-se hidratado, controlar o peso, elevar as pernas, ter uma rotina de exercícios físicos e não fumar são alguns dos hábitos que os pacientes devem adquirir para se prevenir de uma trombose venosa.
Aneurisma da aorta
Uma doença silenciosa, que na maioria das vezes não apresenta sintomas, o aneurisma da aorta é a dilatação permanente da artéria aorta (a principal do corpo humano), caracterizado quando o volume está 50% acima do normal.
“Quando os sintomas aparecem, significa que o quadro já está em um patamar mais grave. Sentir dor nas costas ou abdominal é um sinal de alerta para procurar um especialista”, explica Fábio Rocha.
Pacientes com casos de aneurisma na família devem fazer acompanhamento médico, especialmente após os 55 anos de idade. Muitas ocorrências estão ligadas à pressão arterial e a níveis de colesterol elevados, além do tabagismo, por isso, é importante estar atento a essas questões.
“Assim, como a maioria das doenças vasculares, a prevenção dos aneurismas está ligada ao estilo de vida. Alimentação saudável, controle de pressão arterial, rotina de exercícios, gerenciamento de estresse, entre outros bons hábitos devem ser adotados para evitar a doença”, orienta o médico.
Pé diabético
Decorrente de complicações do diabetes, o pé diabético é uma doença em que os pés sofrem alterações devido aos altos níveis de glicose.
O problema acontece devido à taxa de glicose mal controlada ao longo dos anos, e se manifesta por conta de três fatores: neuropatia diabética (perda de sensibilidade), doença arterial periférica (obstrução na circulação) e, mais gravemente quando as duas questões mencionadas estão associadas.
Quem sofre de pé diabético apresenta sintomas, como:
- Perda de sensibilidade no pé;
- Dormência ou sensação de formigamento;
- Feridas ou rachaduras sem dor;
- Úlceras nos pés ou feridas que não cicatrizam;
- Deformidade no pé;
- Vermelhidão ou saída de secreção purulenta da ferida;
- Gangrena (quando a infecção causa a morte do tecido);
- Calafrios;
- Glicemia de difícil controle.
“O quadro é sério e pode levar até a uma amputação nos casos mais graves. Por ser causado pela diabetes, a prevenção está ligada ao controle da doença, por isso, é importante seguir o tratamento adequado para o seu quadro diabético e fazer check-ups frequentes”, conta o angiologista.
Insuficiência venosa crônica
Na insuficiência venosa crônica, o sangue tem dificuldade de retornar dos membros inferiores para o coração. Isso acontece quando as válvulas das veias que direcionam o fluxo sanguíneo para o coração falham, ou as veias estão dilatadas, ou seja, varicosa.
Por ser causada por fatores, como: obesidade, tabagismo, idade avançada, sedentarismo e ficar longos períodos na mesma posição, desencadeia os seguintes sintomas nas pernas:
- Inquietação;
- Cansaço;
- Fadiga;
- Dores;
- Latejamento;
- Queimação;
- Descamação da pele;
- Coceira;
- Cãibra muscular.
“A prevenção da Insuficiência Venosa Crônica inclui basicamente os mesmos hábitos de estilo de vida que previnem outras doenças vasculares, como: boa alimentação, prática de atividade físicas, além de repousar com pernas elevadas e evitar o uso de roupas apertadas e salto alto”, diz Fábio Rocha.
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Quando um vaso sanguíneo entope ou se rompe causando uma infiltração no cérebro e paralisando a área, o que acontece é chamado de Acidente Vascular Cerebral, o AVC. Existem dois tipos de AVC: o hemorrágico e o isquêmico.
No caso do hemorrágico, há rompimento do vaso cerebral, provocando uma hemorragia, que acontece dentro do tecido cerebral, ou na superfície entre o cérebro e a meninge.
Já no isquêmico, há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais.
O AVC isquêmico é mais comum. Seus sintomas são dor de cabeça inesperada (sem causa aparente), alteração na visão e no equilíbrio, confusão mental, fraqueza ou formigamento no rosto.
“Quem sofre com hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, ou tem idade avançada, faz uso excessivo de álcool e/ou drogas ilícitas, possui histórico familiar de aneurisma, tem mais chances de desenvolver o problema”, diz.
Para se prevenir, alguns cuidados podem ser tomados, entre eles:
- Controle da hipertensão arterial;
- Tratamento de diabetes;
- Redução dos níveis de colesterol;
- Rotina de exercícios físicos;
- Manter seu check-up (consulta e exames de rotina) em dia.
Lipedema
Doença multifatorial crônica, o lipedema é um acúmulo excessivo de gordura, que acontece geralmente nas pernas e quadris e, em alguns casos, nos braços. Gera uma distribuição desigual de gordura: enquanto o tronco fica mais fino, acontece um aumento de volume no quadril e nas pernas.
Quando está em estágios mais avançados, a doença pode causar desconforto na rotina diária.
“O lipedema é mais comum em mulheres e o acúmulo de gordura afeta igualmente os dois lados dos membros. Apesar de não existir uma causa definida para a doença, acredita-se que fatores genéticos tenham um papel importante no desenvolvimento do lipedema. Alterações hormonais, uso de contraceptivos orais, gravidez e menopausa estão entre as possíveis causas”, explica o cirurgião.
Quem sofre com a doença precisa tomar certos cuidados: ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, usar meias de compressão e manter a pele bem hidratada.
Linfedema
Também conhecido como edema linfático, o linfedema acontece quando há um acúmulo do líquido (linfa) nos vasos do sistema linfático do organismo, formando edemas, que são inchaços.
A doença provoca dores e inchaços no local, causando incômodo ao paciente. O linfedema se divide em dois tipos:
- Linfedema primário: tem causas genéticas e acontece quando o sistema linfático do paciente não se desenvolveu adequadamente.
- Linfedema secundário: esse tipo surge ao longo da vida do paciente e é provocado por alguma obstrução ou destruição dos vasos linfáticos.