Advogada curada da covid-19 faz alerta: ‘Mesmo sendo jovem, pensei que fosse morrer’

Pernambucana de 30 anos conta ter sofrido limitações respiratórias mesmo tendo uma rotina diária de atividades físicas

Curada da covid-19, a advogada e professora Renata Berenguer, de 30 anos, usou suas redes sociais para fazer um alerta para a gravidade da doença e reforçar que o novo coronavírus não escolhe idade. “O que posso dizer é que a doença existe, sou a prova disso, pode atingir do mais novo ao mais velho”, escreveu em seu perfil no Instagram.

Em isolamento domiciliar desde que as primeiras suspeitas do vírus apareceram, em 13 de março, a advogada contou com o acompanhamento de um médico infectologista disponibilizado pela empresa em que trabalha.

No início, ela relatou, ao G1, que os sintomas eram leves, mas que se intensificaram com o passar dos dias, chegando a ter limitações respiratórias.

“Confesso que mesmo sendo jovem, com hábitos saudáveis, acompanhamento médico e medicada, pensei que fosse morrer”, disse a advogada, que pratica esportes desde pequena e mantém uma rotina de treinos.

Advogada curada do coronavírus relata os sintomas da doença e reforça necessidade de isolamento
Créditos: reprodução/Instagram
Advogada curada do coronavírus relata os sintomas da doença e reforça necessidade de isolamento


A suspeita de Renata, que mora no Recife, Pernambuco, é que ela tenha se infectado com o vírus em alguma de suas viagens dentro do país. Em um intervalo de oito dias, ela esteve em um congresso em Fortaleza, depois foi para Fernando de Noronha, com um grupo de 18 pessoas, voltou para o Recife e, em seguida, partiu para Blumenau, em Santa Catarina, numa viagem a trabalho.

Apelo pelo isolamento social

Apesar da angústia do isolamento necessário, Renata reforça a necessidade das pessoas ficarem em casa. “O que precisa ser feito é o isolamento e acompanhamento médico, para conseguirmos mais tempo para os profissionais de saúde acharem a cura e melhorarem as condições de quem já contraiu [a doença]”.

Após a recuperação confirmada pelos médicos, ela declarou: “Hoje posso dizer que estou curada de corpo e alma. Nessa lição que tive com o coronavírus a dor foi minha grande professora.”

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Isso é viver☀ Hoje posso dizer que estou curada de corpo e alma Nessa lição que tive com o Coronavírus a dor foi minha grande professora, mas ainda bem que Deus só dá o fardo que podemos carregar. Minha vida e todo ecossistema que estou inserida mudou do dia para noite, durante esses dias me ajoelhei perante o invisível e nada foi capaz de aplacar os medos que senti, mas aproveitei a ausência de tudo, a dor da solidão, para relembrar a importância da fé, de um abraço e do amor infinito. No início pensei o que fiz para merecer as dores da doença, as angústias do isolamento, o custo do julgamento social e os medos que isso tudo atraiu, hoje, CURADA, agradeço e digo “ainda bem que foi comigo”, porque sobrevivi e tirei grandes lições. Confesso que mesmo sendo jovem, com hábitos saudáveis, acompanhamento médico e medicada, pensei que fosse morrer, porque não sabia o que mais fazer para que todos os sintomas me deixassem definitivamente. O que posso dizer é que a doença existe, sou a prova disso, pode atingir do mais novo ao mais velho e que não tem cura. O que precisa ser feito é o isolamento e acompanhamento médico, para conseguirmos mais tempo para os profissionais de saúde acharem a cura e melhorarem as condições de quem já contraiu para lutar logo no início do surgimento dos sintomas e sobreviver a doença. Tomara que isso tudo sirva para semearmos tempos melhores com amor e esperança e colhermos uma nova e melhor humanidade. #ficaemcasa #deusnocomando #obrigadadeus #obrigadosenhor

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Leia na íntegra o depoimento dela:

“Isso é viver. Hoje posso dizer que estou curada de corpo e alma. Nessa lição que tive com o Coronavírus a dor foi minha grande professora, mas ainda bem que Deus só dá o fardo que podemos carregar.

Minha vida e todo ecossistema que estou inserida mudou do dia para noite, durante esses dias me ajoelhei perante o invisível e nada foi capaz de aplacar os medos que senti, mas aproveitei a ausência de tudo, a dor da solidão, para relembrar a importância da fé, de um abraço e do amor infinito.

Confesso que mesmo sendo jovem, com hábitos saudáveis, acompanhamento médico e medicada, pensei que fosse morrer, porque não sabia o que mais fazer para que todos os sintomas me deixassem definitivamente.

O que posso dizer é que a doença existe, sou a prova disso, pode atingir do mais novo ao mais velho e que não tem cura. O que precisa ser feito é o isolamento e acompanhamento médico, para conseguirmos mais tempo para os profissionais de saúde acharem a cura e melhorarem as condições de quem já contraiu para lutar logo no início do surgimento dos sintomas e sobreviver a doença.

Tomara que isso tudo sirva para semearmos tempos melhores com amor e esperança e colhermos uma nova e melhor humanidade.”