As ISTs que estão fora de controle nos EUA, segundo especialistas
Saiba como cada uma dessas infecções se manifestam em homens e mulheres
Os EUA estão enfrentando uma epidemia “fora de controle” de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), de acordo com a Coligação Nacional de Diretores de ISTs.
O alerta, emitido em Janeiro, seguiu-se à divulgação de um relatório anual de dados sobre IST pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
De acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), “mais de 2,5 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis foram relatados no país”.
- Doença cardíaca pode se manifestar pela manhã; saiba como
- A fruta que pode proteger contra a infecção urinária naturalmente
- Climatério: conheça os 6 sintomas mais comuns e como aliviá-los
- Como identificar sinais de hipocondria?
A IST mais comum nos EUA em 2022 foi a clamídia, que permanece no primeiro lugar há anos. No entanto, é o recente aumento da sífilis que mais preocupa as autoridades de saúde.
De acordo com dados do CDC, os casos de sífilis em todos os estágios aumentaram 80% nos últimos cinco anos.
Embora a maioria pense que apenas os adultos contraem ISTs, a sífilis também ameaça a vida de bebês. Quando uma criança contrai sífilis da mãe durante a gravidez ou parto, isso é conhecido como sífilis congênita.
Em 2022, mais de 3.700 destes casos foram notificados oficialmente nos EUA. Isso representa um aumento de 937% em uma única década.
A boa notícia é que a sífilis é curável com os antibióticos certos. A má notícia é que, até que a infecção seja diagnosticada e tratada, ela pode causar danos irreversíveis ao organismo.
Nos bebês, a sífilis é particularmente perigosa, podendo causar atrasos no desenvolvimento, convulsões ou até a morte.
O que é gonorreia?
A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.
Frequentemente, essa condição afeta áreas quentes e úmidas do corpo, como a uretra, olhos, garganta, vagina, ânus e o trato reprodutivo feminino.
Primeiramente, é importante notar que a gonorreia pode ser assintomática, especialmente em mulheres. No entanto, quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:
Sintomas da Gonorreia
- dor ao urinar
- secreção no pênis
- dor ou inchaço nos testículos
- aumento do corrimento vaginal
- sangramento entre períodos menstruais
- dor pélvica
Para diagnosticar a gonorreia, os médicos utilizam vários métodos. A coleta de amostras das áreas potencialmente infectadas é comum.
Essas amostras podem incluir urina, secreções uretrais, cervicais, retais ou de garganta. Posteriormente, as amostras passam por análise em laboratório para identificar a presença da bactéria Neisseria gonorrhoeae.
O tratamento da gonorreia é relativamente simples, porém fundamental. Antibióticos, como a ceftriaxona em combinação com azitromicina, são frequentemente utilizados.
Este tratamento é eficaz na eliminação da infecção; no entanto, é essencial que ambos os parceiros sexuais passem por tratamento simultaneamente para evitar a reinfecção.
Além disso, é importante evitar relações sexuais até que o tratamento esteja completo.
O que é clamídia?
A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. De acordo com o Ministério da Saúde, é uma das ISTs mais comuns e pode infectar tanto homens quanto mulheres.
A clamídia pode afetar áreas como o trato genital, reto e, em casos mais raros, a garganta.
Sintomas da clamídia
A clamídia é frequentemente assintomática, o que significa que muitas pessoas não apresentam sintomas evidentes. Porém, quando esses sintomas aparecem, podem incluir:
- corrimento vaginal anormal
- dor ao urinar
- dor pélvica
- sangramento entre períodos menstruais
- secreção peniana
- dor ao urinar
- dor nos testículos
- infecção retal
- infecção na garganta
O diagnóstico da clamídia é feito através de testes laboratoriais, como teste de urina, amostras de secreção do colo do útero em mulheres ou da uretra em homens. Tmbém pode-se usar amostras retais ou da garganta,
O tratamento para a clamídia é feito com antibióticos.
O que é sífilis?
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Historicamente conhecida como uma doença grave, a sífilis pode afetar várias partes do corpo e causar complicações sérias se não tratada adequadamente.
Sintomas da sífilis e suas fases
Primeiramente, é importante entender que a sífilis se desenvolve em várias fases, cada uma com sintomas distintos. Os sintomas da sífilis podem variar e mudar ao longo do tempo, muitas vezes desaparecendo e reaparecendo.
Fase primária:
Aparece uma pequena ferida indolor ou úlcera no local da infecção (geralmente genitais, reto ou boca. Esta ferida pode passar despercebida, pois é indolor e pode desaparecer espontaneamente em algumas semanas, mesmo sem tratamento.
Fase secundária:
Surge uma erupção cutânea que não causa coceira, frequentemente nas palmas das mãos e solas dos pés.
Os sintomas sistêmicos são febre, fadiga, dor de garganta, dores musculares e linfonodos inchados.
Estes sintomas podem desaparecer mesmo sem tratamento, mas a infecção ainda está presente.
Fase latente:
Durante esta fase, não há sintomas visíveis, mas a bactéria continua presente no corpo. A fase latente pode durar anos.
Fase terciária:
Se não tratada, a sífilis pode progredir para a fase terciária, causando danos sérios aos órgãos internos, incluindo o cérebro, coração, nervos, olhos, e vasos sanguíneos.
Os sintomas podem incluir dificuldades neurológicas, problemas cardíacos, cegueira, e até mesmo a morte.
O diagnóstico da sífilis envolve vários métodos para garantir precisão e identificar a fase da infecção. Primeiramente, o médico realiza um exame físico e coleta o histórico clínico do paciente, prestando atenção aos sintomas apresentados e ao histórico sexual.
A partir dessas informações iniciais, é comum que o profissional de saúde solicite exames de sangue.
Esses testes sorológicos são fundamentais para detectar a presença de anticorpos contra a bactéria Treponema pallidum.
Além disso, em casos suspeitos de sífilis terciária, onde há risco de envolvimento do sistema nervoso, pode ser necessário um exame do líquido cefalorraquidiano.
Esse procedimento, conhecido como punção lombar, permite a análise do líquido espinhal para verificar a presença da bactéria no sistema nervoso central.
O tratamento da sífilis é geralmente simples, especialmente quando a infecção é diagnosticada precocemente. A penicilina é o antibiótico de escolha para tratar todas as fases da sífilis.
Para pacientes alérgicos à penicilina, é possível utilizar outros antibióticos, como a doxiciclina ou a azitromicina.