Constipação e depressão podem ser sinais para doenças autoimunes
De acordo com estudo, esses sintomas podem preceder o diagnóstico de esclerose múltipla, destacando a importância da vigilância precoce
Depressão e constipação podem ser sinais de alerta precoce de esclerose múltipla (EM), alerta um novo estudo publicado na revista Neurology.
Além disso, cientistas da Academia Americana de Neurologia também sugerem que as infecções do trato urinário (ITUs) podem preceder o diagnóstico desta doença autoimune.
Eles explicam que, em algumas doenças, os processos subjacentes podem começar anos antes do diagnóstico oficial.
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A pesquisa revela que os indivíduos que mais tarde desenvolvem esclerose múltipla têm maior probabilidade de apresentar condições como depressão, prisão de ventre e infecções do trato urinário até cinco anos antes do diagnóstico.
Além disso, o estudo também revela uma maior probabilidade de problemas sexuais e infecções da bexiga, ou cistite, em indivíduos que mais tarde desenvolvem EM.
Estas condições também eram mais comuns em pessoas com outras doenças autoimunes, como lúpus e doença de Crohn.
Essa informação pode ser útil para pessoas com maior risco de desenvolver EM, como pessoas com histórico familiar da doença.
Afinal, o que é a esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença que faz com que o próprio sistema imunológico do paciente destrua a cobertura protetora dos nervos. Dessa forma, pode levar a vários sintomas crônicos, como perda de visão, dor, fadiga e dificuldade de coordenação.
Detalhes sobre o estudo
O estudo envolveu mais de 20.000 pacientes recém-diagnosticados com EM. Cada um foi pareado com três indivíduos sem EM da mesma idade e sexo, totalizando 54.790 participantes.
O grupo com EM também foi comparado a mais de 30 mil indivíduos com doença de Crohn e 7.337 com lúpus.
A equipe de pesquisa examinou registros médicos para identificar qualquer uma das 113 doenças e sintomas nos cinco anos anteriores e posteriores ao diagnóstico ou na data correspondente para indivíduos não autoimunes.
Os resultados mostram que as pessoas com EM tinham:
- 22% mais probabilidade de ter depressão;
- 50% mais probabilidade de ter prisão de ventre;
- 38% mais probabilidade de ter ITUs;
- 47% mais probabilidade de ter problemas sexuais;
- 21% mais probabilidade de ter cistite.
Além disso, 14% dos indivíduos com EM receberam prescrições de antidepressivos cinco anos antes do diagnóstico, em comparação com 10% daqueles sem EM.
Este número aumentou para 37% para pacientes com esclerose múltipla cinco anos após o diagnóstico, em contraste com 19% para aqueles sem esclerose múltipla.