‘Deixei a compulsão e ganhei saúde’: o que influenciadora Maisa Tancredo descobriu ao cortar o açúcar da alimentação

Maisa enfrentou a abstinência, superou os gatilhos emocionais e encontrou uma nova forma de se alimentar

Por Wallace Leray em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
11/04/2025 17:44 / Atualizado em 25/04/2025 08:51

Maisa Tancredo, 42 anos, moradora de Brasília, decidiu encarar um desafio pessoal: cortar o açúcar da alimentação. O que começou como uma tentativa de perder peso acabou se tornando uma transformação mais profunda — física, emocional e de autoconhecimento.

‘Deixei a compulsão e ganhei saúde’: o que influenciadora Maisa Tancredo descobriu ao cortar o açúcar da alimentação
‘Deixei a compulsão e ganhei saúde’: o que influenciadora Maisa Tancredo descobriu ao cortar o açúcar da alimentação - Reprodução/Instagram @maibellaporto

O ponto de partida: peso e inflamação

“A princípio, foi o peso. Eu estava muito acima do ideal — com 23 kg a mais — e já tinha consciência de que o açúcar era muito inflamatório para o organismo”, conta a youtuber, em entrevista exclusiva à Catraca Livre. Ela sabia que reduzir o açúcar poderia trazer benefícios também nesse aspecto. “Então, os principais motivos foram a perda de peso e a questão inflamatória. Eu já sabia disso, mas nunca tinha feito essa experiência.”

Abstinência e gatilhos emocionais

Nos primeiros dias, o corpo sentiu o impacto da mudança. Maisa relata ter passado por sintomas de abstinência: dor de cabeça, ansiedade e uma sensação constante de vazio.

“Não era um consumo esporádico — eu consumia açúcar todos os dias e em grande quantidade. Além da dor de cabeça, senti muita ansiedade, porque o açúcar era uma forma de compensação emocional para mim.”

Ela explica que comia açúcar em praticamente todas as situações: para lidar com a tristeza, com a felicidade e, principalmente, com a ansiedade. “Era quase uma válvula de escape. Por estar tão vinculado a questões emocionais, acredito que isso tenha tornado o processo de abstinência ainda mais intenso.”

Mudança no estilo de vida: ao cortar o açúcar, Maisa ganhou mais disposição, pele saudável e uma nova relação com a comida.
Mudança no estilo de vida: ao cortar o açúcar, Maisa ganhou mais disposição, pele saudável e uma nova relação com a comida. - Reprodução/Instagram @maibellaporto

Os primeiros sinais de mudança

Apesar da dificuldade inicial, os primeiros sinais positivos apareceram rápido. Logo na primeira semana, Maisa notou uma grande diferença no corpo.

“A gente desincha bastante, e muitas pessoas acham que só o sal retém líquido, mas o açúcar também tem uma ação inflamatória significativa. Notei isso claramente.”

Além da redução no inchaço, ela viu melhorias na pele e no sono. “Já na primeira semana, senti a pele muito mais saudável. Foi uma diferença bem nítida.” Ela também começou a dormir melhor, sentia-se mais disposta e com o raciocínio mais rápido. “Foi muito perceptível.”

Um novo jeito de comer

Com o passar do tempo, a mudança também afetou a relação de Maisa com a comida. O açúcar, que antes era uma âncora emocional, deu lugar a um novo modo de se alimentar — mais consciente e equilibrado.

“Eu tinha episódios de compulsão alimentar — não eram frequentes, mas existiam —, e passar por essa abstinência me curou disso. Hoje tenho uma relação muito mais saudável com a alimentação.”

Ela conta que começou a sentir o verdadeiro sabor dos alimentos. “Durante o processo, os alimentos pareceram mais saborosos. Comecei a sentir o verdadeiro gosto das coisas, algo que talvez antes passasse despercebido.”

O impacto também apareceu na forma como ela comia: em vez de comer por impulso, passou a comer por nutrição. “Quando consumimos muito açúcar, temos picos de insulina que causam uma fome exagerada. Sem o açúcar, essa fome diminui. Isso foi muito evidente para mim.”

O desafio mais difícil: lidar com o vazio

O maior desafio de toda a experiência, segundo ela, foi lidar com a parte emocional. “Em uma época em que fiz terapia, percebi que meu maior prazer era comer — especialmente chocolate e salgadinhos. Quando tirei isso, ficou um vazio.”

Foi nesse momento que Maisa buscou conhecimento sobre o tema e começou a entender como a alimentação está ligada à identidade. “Achei que sentiria apenas os impactos físicos, como na disposição, mas senti um impacto emocional muito forte também.”

A saída foi encontrar um novo prazer: a atividade física. “Comecei a frequentar a academia e isso foi muito positivo para mim. Deixei a compulsão pelo açúcar e ganhei saúde, tônus muscular, emagreci ainda mais… todos os benefícios da prática regular de exercício.”

A experiência de viver sem açúcar revelou transformações profundas no corpo, no humor e na rotina de Maisa.
A experiência de viver sem açúcar revelou transformações profundas no corpo, no humor e na rotina de Maisa. - Reprodução/Instagram @maibellaporto

Sem adoçantes e sem recaídas

Durante o processo, ela fez uma escolha diferente da maioria: não usar substitutos. “Fiz um propósito de não consumir nada com açúcar, nem mesmo adoçantes. Os únicos açúcares que consumi foram os naturais das frutas e, eventualmente, um pouco de açúcar de coco.”

O resultado foi surpreendente. “O mais impressionante é como o nosso corpo se adapta rápido! Eu não sentia falta. Como não sentia desejo por doces, não precisava de substitutos.”

Com o paladar mais limpo, ela passou a apreciar sabores naturais com mais intensidade. “Consumir doces sem açúcar, quando acontecia, não gerava compulsão. Foi uma das descobertas mais interessantes desse processo.”

Uma experiência transformadora

Para Maisa, os benefícios da experiência são inegáveis. “De forma alguma é um mito. Os benefícios são reais e rápidos — em questão de uma semana, você já sente muitos deles.”

Ela acredita que os impactos do açúcar vão muito além do ganho de peso. “O açúcar inflama as articulações, atrapalha o raciocínio, piora o sono… Deixa a gente mais letárgica, ansiosa. Então, sim, tirar o açúcar faz uma diferença real.”

Hoje, ela voltou a consumir doces, mas com moderação e mais consciência.

“Quando terminei meu propósito, me permiti um pouco, mas agora me conheço melhor. Sei que posso comer menos e que não sou mais refém disso.”

Maisa resume a jornada com clareza: “A experiência foi muito válida. Hoje eu entendo o poder que a ausência do açúcar tem sobre o nosso corpo e mente.”