As temperaturas continuam a bater recordes em várias regiões do Brasil e o calor extremo pode ter um impacto fatal no seu corpo.

Especialistas alertam que a onda de calor de longa duração é extremamente perigosa, especialmente para crianças, idosos, pessoas em situação de rua e outras populações vulneráveis.

Um estudo recente publicado na revista “The Lancet” alertou que a saúde da humanidade está em grave perigo devido às altas temperaturas. A conclusão da pesquisa é que as mortes por calor extremo devem quintuplicar até 2050.

De acordo com o relatório, o calor extremo pode impactar a vida de muitas formas. Pode provocar desde secas que deverão se tornar mais comuns nas próximas décadas, até a propagação de mosquitos que podem transmitir doenças infecciosas.

Como o calor afeta o corpo?

O calor causa problemas de saúde quando altera o sistema de regulação da temperatura corporal. Normalmente, o corpo se resfria através da transpiração, mas em certas condições físicas e ambientais isso não é suficiente.

Se, por exemplo, a umidade for muito elevada, o suor não evapora rapidamente e o calor corporal não é eliminado de forma eficaz. A temperatura corporal, portanto, aumenta rapidamente e pode causar danos a vários órgãos vitais e ao próprio cérebro.

A exposição prolongada a altas temperaturas pode causar distúrbios leves, como cólicas, desmaios, edemas, ou mais graves, como congestão, insolação, desidratação.

Agravamento de condições pré-existentes

Além disso, condições extremas de calor podem levar ao agravamento das condições de saúde de pessoas com patologias crónicas pré-existentes, como:

• Doenças cardiovasculares e cerebrovasculares
• doenças pulmonares crônicas
• perturbações mentais
• doenças do sistema nervoso central
• doenças hepáticas e renais
• doenças metabólicas como a diabetes

Essas condições aumentam significativamente o risco de morte durante ondas de calor, especialmente em idosos.

De acordo com especialistas, as ondas de calor que estão associadas a um efeito mais grave na saúde são as mais intensas e prolongadas e as que ocorrem no início do verão, quando a população ainda não ativou mecanismos de adaptação fisiológica adequados ao calor.

Atenção aos sintomas

Nem sempre a febre e outros sintomas são decorrentes do aumento da temperatura.

Por isso, é importante distinguir entre febre e aumento temporário da temperatura corporal devido ao calor (hipertermia).É hipertermia se, após uma pausa de pelo menos meia hora em local fresco, a temperatura corporal diminuir.