Engasgos constantes podem indicar problemas de saúde; veja quais

Descubra quando os engasgos podem estar ligados a condições de saúde; veja também como prevenir situações de emergência

Engasgar repentinamente durante uma refeição e precisar de auxílio é uma situação que pode ocorrer com todos nós. Na maioria das vezes, esse desconforto passa em questão de segundos e tudo retorna ao normal.

No entanto, engasgar com frequência, longe de ser apenas um “acidente de percurso”, pode ser um sinal de problemas gastrointestinais, pneumológicos ou mesmo neurológicos.

Engasgando constantemente? Descubra as causas
Créditos: iStock/Doucefleur
Engasgando constantemente? Descubra as causas

O que é engasgo?

O engasgo ocorre quando a passagem de ar ou alimentos acaba bloqueada em nossa garganta, resultando em dificuldade respiratória.

Pode ser desencadeado por alimentos mal mastigados, a ingestão de objetos estranhos ou problemas na deglutição.

Este é um evento que, embora comum, pode representar risco de vida se não for gerenciado corretamente.

Quando o engasgo necessita de investigação médica?

Os engasgos geralmente são ocorrências temporárias, que podem ser resolvidas através da tosse ou técnicas básicas de desobstrução.

Alguns casos, no entanto, exigem uma investigação mais aprofundada. Se uma pessoa fica frequentemente asfixiada ou se a sensação de desconforto persiste mesmo após um episódio de engasgo, torna-se vital buscar uma avaliação médica.

Afinal, o que causa o engasgo frequente?

A causa mais comum de engasgos frequentes é uma lesão na mucosa da faringe, que é o órgão localizado logo após a língua e responsável por separar nossas vias respiratórias e digestivas.

Essa lesão pode ser um resultado do refluxo gastroesofágico, quando a válvula que separa o estômago do esôfago permanece aberta, permitindo que a comida e os ácidos presentes no estômago subam para a garganta, lesionando o tecido da faringe.

Quem são os mais afetados?

Esse tipo de problema costuma aparecer em indivíduos com mais de 40 anos, cujos hábitos não estão sendo saudáveis, como o consumo excessivo de café, chocolate, álcool e cigarro.

Esses produtos contêm substâncias que estimulam a abertura da válvula gastroesofágica, que, com o tempo, acaba relaxando.

Outro fator associado ao reflexo de engasgo é a apneia obstrutiva do sono. O ronco causa uma vibração que leva ao inchaço da faringe e a dificulta a deglutição, facilitando o engasgo.

Além disso, na área neurológica, o acidente vascular cerebral (AVC) pode afetar os nervos que controlam a epiglote, causando o que chamamos de disfagia.

Existe tratamento?

O importante é ressaltar que existem tratamentos para o reflexo de engasgo frequente. No caso dos problemas digestivos, podem ser utilizados medicamentos e, em casos mais sérios, a laparoscopia é recomendada para corrigir a abertura da válvula esofágica.

Se a apneia do sono for a causa, é necessário diagnosticar a origem, que pode ser tanto o excesso de peso como o desvio de septo. A disfagia acaba sendo tratada com medicamentos e terapia com um fonoaudiólogo.

Em qualquer caso, portanto, é fundamental prestar atenção na frequência com que você se engasga e procurar por assistência médica.

Como evitar os engasgos?

  • Mastigue bem os alimentos: mastigar os alimentos adequadamente é o primeiro passo para evitar engasgos. Isso facilita a digestão e reduz o risco de pedaços grandes ficarem presos na garganta.
  • Coma devagar: evite comer com pressa. Comer devagar permite que você mastigue os alimentos de maneira adequada e tenha tempo para engolir sem engasgar.
  • Evite conversar enquanto come: falar enquanto mastiga aumenta o risco de engasgo. Preste atenção à sua refeição e reserve momentos para conversar separadamente.
  • Corte os alimentos em pedaços pequenos: alimentos grandes e difíceis de mastigar podem representar um risco maior. Corte-os em pedaços menores para facilitar a deglutição.
  • Evite distrações: ficar distraído enquanto come pode levar a engasgos. Desligue a televisão, evite usar dispositivos eletrônicos e concentre-se na refeição.
  • Evite alimentos secos e duros: alimentos muito secos ou muito duros, como balas duras, podem ser difíceis de engolir e aumentar o risco de engasgo. Opte por alimentos mais úmidos e macios.
  • Supervisione crianças pequenas: crianças pequenas estão particularmente suscetíveis a engasgos. Certifique-se de que elas estejam sentadas enquanto comem e não ofereça alimentos que representem alto risco.
  • Evite ingerir grandes quantidades de líquidos de uma vez: beber grandes quantidades de líquidos de uma só vez pode aumentar o risco de engasgo. Tome pequenos goles e dê tempo para a deglutição.

Lembrando que, em caso de engasgo grave, é crucial buscar ajuda médica imediatamente. A prevenção, por fim, é a chave para manter a segurança durante as refeições.