Estudo brasileiro descobre que coronavírus pode ficar no ar por até 15h

Objetivo do estudo foi compreender como o novo coronavírus se movimenta no ar e os impactos disso em sua transmissão

13/05/2020 12:18

Uma pesquisa comandada pelo professor Daniel Stariolo, do Departamento de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) analisou o tempo de permanência do coronavírus  no ar em um ambiente fechado e descobriu que as micropartículas do vírus, os chamados aerossóis, podem ficar pouco mais de 15 horas em suspensão antes de caírem sobre o chão ou alguma outra superfície.

A descoberta, de acordo com o professor, mostra como uma pessoa contaminada desprotegida pode facilmente contaminar outras saudáveis que respiram no mesmo ambiente e evidencia a necessidade do uso de máscara facial em espaços públicos por todos.

Micropartículas do coronavírus podem ficar em suspensão no ar por horas
Micropartículas do coronavírus podem ficar em suspensão no ar por horas - sam thomas/istock

Para chegar a essa conclusão, o pesquisador empregou um modelo de movimento em um meio viscoso que detectou que, desde que o ambiente não tenha correntes fortes de ar, as gotículas pequenas, que são muito mais numerosas do que as grandes, podem permanecer por horas suspensas no ar.

As evidências também reforçam a importância do distanciamento social, pois mostraram que as gotículas maiores emitidas por uma pessoa contaminada, embora caiam no chão rapidamente, podem chegar a uma distância horizontal na faixa de um a três metros do lugar onde um emissor espirrou ou tossiu. “Esse resultado está de acordo com as recomendações da OMS sobre a importância de manter um espaço mínimo de dois metros entre as pessoas em locais públicos”, explicou Stariolo.

Potencial contagioso

A principal dúvida que ainda resta é sobre o potencial infeccioso dessas micropartículas suspensas no ar por horas. Segundo o professor, essa é uma resposta ainda não respondida pela ciência. “Essa conclusão só será possível através de pesquisas multidisciplinares, abrangendo áreas das ciências químicas, biológicas, físicas, matemáticas, entre outras”, acredita.