Estudo brasileiro descobre que coronavírus pode ficar no ar por até 15h
Objetivo do estudo foi compreender como o novo coronavírus se movimenta no ar e os impactos disso em sua transmissão
Uma pesquisa comandada pelo professor Daniel Stariolo, do Departamento de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) analisou o tempo de permanência do coronavírus no ar em um ambiente fechado e descobriu que as micropartículas do vírus, os chamados aerossóis, podem ficar pouco mais de 15 horas em suspensão antes de caírem sobre o chão ou alguma outra superfície.
A descoberta, de acordo com o professor, mostra como uma pessoa contaminada desprotegida pode facilmente contaminar outras saudáveis que respiram no mesmo ambiente e evidencia a necessidade do uso de máscara facial em espaços públicos por todos.
Para chegar a essa conclusão, o pesquisador empregou um modelo de movimento em um meio viscoso que detectou que, desde que o ambiente não tenha correntes fortes de ar, as gotículas pequenas, que são muito mais numerosas do que as grandes, podem permanecer por horas suspensas no ar.
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As evidências também reforçam a importância do distanciamento social, pois mostraram que as gotículas maiores emitidas por uma pessoa contaminada, embora caiam no chão rapidamente, podem chegar a uma distância horizontal na faixa de um a três metros do lugar onde um emissor espirrou ou tossiu. “Esse resultado está de acordo com as recomendações da OMS sobre a importância de manter um espaço mínimo de dois metros entre as pessoas em locais públicos”, explicou Stariolo.
Potencial contagioso
A principal dúvida que ainda resta é sobre o potencial infeccioso dessas micropartículas suspensas no ar por horas. Segundo o professor, essa é uma resposta ainda não respondida pela ciência. “Essa conclusão só será possível através de pesquisas multidisciplinares, abrangendo áreas das ciências químicas, biológicas, físicas, matemáticas, entre outras”, acredita.
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