Justiça manda União custear remédio mais caro do mundo para criança

O acesso ao medicamento, que custa cerca de R$ 12 milhões, é a chance de menina começar a andar e ter qualidade de vida

16/12/2020 22:07 / Atualizado em 29/12/2020 20:14

Decisão da 2ª Vara Cível Federal de São Paulo determinou que a União deposite o recurso para a compra do medicamento para tratamento da pequena Sophia Rezende, de dez meses, diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME).  O medicamento Zolgensma, fabricado pela Novartis, é considerado um dos mais caros do mundo – algo em torno de R$ 12 milhões.

No despacho, de 15 de dezembro de 2020, a juíza federal Rosana Ferri estipula prazo de cinco dias para que seja cumprida a decisão.

Justiça de SP determina que União custeie remédio mais caro do mundo para criança com AME
Justiça de SP determina que União custeie remédio mais caro do mundo para criança com AME - arquivo pessoal

A mãe de Sophia, Débora, comemorou a decisão com um misto de alegria e ansiedade: “Fiquei emocionada quando soube da notícia. Mas ao mesmo tempo agora sinto uma angústia enorme e rezo a todo momento para que a União honre o compromisso dentro do prazo estipulado e garanta o recurso para a compra o medicamento, que é a nossa esperança para uma vida melhor para a Sophia”.

A doença grave é causada por um defeito genético que altera a produção de uma proteína necessária para a musculatura do corpo. O Zolgensma é a primeira terapia gênica do mundo, o que mais se aproxima da cura da AME. Apenas uma aplicação já surte efeito contra a doença, só que ela precisa ser feita até os dois anos de idade da criança. O acesso ao medicamento é a chance de Sophia começar a andar e ter qualidade de vida.

Hoje, por conta do atraso motor, ela não sustenta a cervical, não consegue se sentar sozinha e tem poucos movimentos de pernas e braços.

AME

A AME é uma doença grave causada por um defeito genético que altera a produção de uma proteína necessária para a musculatura do corpo.

A falta dela leva à perda de neurônios motores e resulta em fraqueza muscular progressiva. Com isso, a criança perde a capacidade de se mover, engolir ou mesmo respirar.

O diagnóstico é realizado por meio de testes genéticos em pacientes com perda muscular inexplicada e fraqueza flácida.