Como será a seleção de voluntários para a vacina de Oxford no Brasil

Testes serão feitos no Rio de Janeiro e em São Paulo e devem começar ainda neste mês

05/06/2020 12:35

O anúncio dos testes no Brasil com a vacina contra a covid-19 desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, gerou muita expectativa. De fato é um avanço, pois o imunizante chegou em sua fase 3, a mais decisiva. Porém, a entrada nessa fase clínica não é garantia de nada porque é exatamente aqui que saberemos se vacina tem eficácia ou não.

No Brasil, a previsão é que dois mil voluntários sejam recrutados ainda neste mês. Metade dos candidatos será selecionada em São Paulo pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que deve abrir o processo de recontentamento nos próximos dias, e a outra metade, no Rio de Janeiro. Ainda não foi anunciada qual instituição ficará com essa função.

Perfil dos voluntários

Os participantes selecionados serão profissionais de saúde que atuam diariamente na linha de frente do combate à covid-19, e também trabalhadores que atuam na limpeza ou recepção de hospitais, uma vez que essas pessoas estão mais expostas à contaminação.

Além disso, os voluntários devem ter idades entre 18 e 55 anos e ser soronegativos, ou seja, que ainda não contraíram a doença.

Recrutamento de voluntários para testes com vacina de Oxford deve começar nos próximos dias
Recrutamento de voluntários para testes com vacina de Oxford deve começar nos próximos dias - doble-d/istock

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Como serão os testes

Os selecionados serão divididos em grupos. Um deles receberá a vacina em questão e o outro, uma vacina controle. Ninguém saberá qual o tipo de vacina tomou.

De acordo com a Dra. Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo e coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Unifesp, essas pessoas serão acompanhadas durante um período de um ano para saber quem irá desenvolver a doença. “Com isso, a gente pode ter uma avaliação muito precisa e isenta se a vacina vai funcionar ou não”, disse a pesquisadora em entrevista ao Jornal da Record.

O estudo com essa vacina de Oxford está programado para durar um ano. Porém, como os dados estão sendo recolhidos o tempo, pode ser que no decorrer dos testes, os resultados se mostrem muito favoráveis e a vacina possa ser licenciada para uso emergencial antes disso, o que é possível em situações de pandemia.

O avanço de uma possível vacina, no entanto, não deve ser motivo para o relaxamento das medidas de prevenção e cuidado. Enquanto não existe garantia de nada, é necessário continuar respeitando do isolamento social, o uso de máscaras e lavar frequentemente as mãos com água e sabão.