Coronavírus pode estar em circulação silenciosa há décadas, diz estudo

Vírus semelhantes com potencial para infectar humanos podem estar circulando em morcegos

Os vírus da linhagem de coronavírus responsáveis ​​pela covid-19 circulam em morcegos há décadas, entre 40 e 70 anos, sugere um novo estudo publicado na revista científica Nature Microbiology, que envolveu especialistas dos Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido e China.

Como exatamente o vírus pulou para os seres humanos ainda é um mistério. Mas o estudo sugere que o coronavírus provavelmente evoluiu em morcegos e não em cobras ou pangolins, como sugeriram alguns pesquisadores. Os pangolins ou outro animal ainda podem ter sido um hospedeiro intermediário antes do vírus chegar aos seres humanos.

Para chegar ao resultado, o grupo tentou recriar a “árvore genealógica” do vírus. Eles compararam a composição genética do Sars-CoV-2 com a de um parente próximo em morcegos, um vírus conhecido como RaTG13 e outros vírus de morcegos relacionados.

Eles dataram o tempo em que os dois compartilhavam um ancestral comum e descobriram que seguiram seus próprios caminhos evolutivos várias décadas atrás.

Coronavírus pode estar em circulação há décadas em morcegos
Créditos: BlackJack3D/istock
Coronavírus pode estar em circulação há décadas em morcegos

O estudo acredita que o vírus podem ter infectado outros animais silvestres, principalmente aqueles que entram em contato próximo uns com os outros através do comércio ilegal. Mas até o momento, todas as evidências apontam para os morcegos serem o principal reservatório do vírus.

Em entrevista à BBC, o professor Mark Pagel, da Universidade de Reading, que não participou do estudo, chama atenção para o risco que a transmissão zoonótica representa aos humanos. “Pode haver inúmeros vírus ainda não detectados, capazes de infectar seres humanos que residem em animais”.

Morcegos vendidos em mercado de alimentos na Ásia
Créditos: mauriziobiso/istock
Morcegos vendidos em mercado de alimentos na Ásia

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