Entenda por que homens são mais vulneráveis à covid-19 que mulheres

Descoberta pode explicar por que os homens com insuficiência cardíaca sofrem mais com o coronavírus do que as mulheres nas mesmas condições

11/05/2020 11:42 / Atualizado em 14/05/2020 10:04

Concentrações mais elevadas no sangue de uma enzima importante no controle do sistema cardiovascular podem explicar porque homens são mais vulneráveis a complicações da covid-19. Um estudo com milhares de pacientes em 11 países europeus descobriu que essa enzima conversora de angiotensina (ACE2) ajuda o Sars-Cov-2, a cepa do coronavírus, a infectar as células saudáveis.

Essa evidência pode ajudar a explicar por que os homens com insuficiência cardíaca sofrem mais com covid-19 do que mulheres nas mesmas condições. O estudo foi publicado no European Heart Journal.

De acordo com o professor de cardiologia Adriaan Voors, que liderou o estudo, “altos níveis de ACE2 estão presentes nos pulmões e, portanto, acredita-se que ele desempenhe um papel crucial na progressão de distúrbios pulmonares relacionados ao COVID-19″.

Estudo encontra possível explicação para o fato de homens serem mais vulneráveis à covid-19 que as mulheres
Estudo encontra possível explicação para o fato de homens serem mais vulneráveis à covid-19 que as mulheres - atakan/istock


Como foi realizado o estudo?

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores mediram as concentrações da enzima nas amostras de sangue colhidas em dois grupos de pacientes com insuficiência cardíaca de 11 países europeus.

No primeiro grupo, eram 1.485 homens e 537 mulheres. Já o segundo era formado por 1.123 participantes do sexo masculino e 575 mulheres. A idade média dos participantes no primeiro grupo foi de 69 para homens e 75 para mulheres e 74 e 76 no segundo grupo, respectivamente.

Quando os pesquisadores analisaram vários fatores clínicos que poderiam desempenhar um papel nas concentrações da enzima, incluindo histórico de doença pulmonar obstrutiva crônica e uso de vários medicamentos, eles descobriram que o sexo masculino era o mais forte preditor de níveis elevados de ACE2.