Ministério da Saúde ensina a fazer máscara caseira contra o coronavírus
Acessório feito com tecido dupla face funciona como barreira física de gotículas e é indicado para a população em geral
O avanço do novo coronavírus nos países gerou uma escassez de máscaras de proteção no mundo todo. Já há, inclusive, denúncias da falta desse tipo de equipamento em muitos hospitais. Diante desse problema, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou para a população em geral o uso de máscaras caseiras de pano. A ideia é deixar os modelos produzidos pela indústria apenas para os profissionais da saúde e para pessoas infectadas.
Segundo Mandetta, a máscara caseira funciona muito bem como barreira mecânica de gotículas. “Qualquer pessoa pode fazer sua máscara de pano e utilizar, que vai funcionar e vai estar ajudando o sistema de saúde”, disse o ministro em coletiva de imprensa.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Infectologia reforçou, no entanto, que a máscara de pano pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saber, porém, não protege o indivíduo que a está utilizando, já que não possui capacidade de filtragem.
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Especialistas ouvidos pela Catraca Livre destacam a importância da manutenção das outras medidas preventivas já recomendadas, como lavar as mãos e evitar tocar os olhos, nariz e boca. Além disso, a principal recomendação neste momento é ficar em casa para evitar a propagação do vírus. “A máscara dá uma sensação falsa de segurança, quando, na verdade, o mais seguro é respeitar o isolamento social e sair de casa apenas para atividades essenciais”, explica o virologista Marcos Oliveira.
Guia do Ministério da Saúde
Nesta quinta-feira, 2, o Ministério da Saúde publicou em seu site um manual para a produção e utilização dessas máscaras reutilizáveis.
“Além de eficiente, é um equipamento simples, que não exige grande complexidade na sua produção e pode ser um grande aliado no combate à propagação do coronavírus no Brasil, protegendo você e outras pessoas ao seu redor”, diz o texto.
Mesmo sendo uma barreira baixa de proteção, se comparada à N95 (máscara que deve ser usada apenas por profissionais da saúde), a máscara improvisada é capaz de proteger o nariz e a boca, que, assim como os olhos, são principais as portas de entrada do coronavírus.
Muitos especialistas acreditam que o uso amplo do acessório em países como a Coreia do Sul, por exemplo, tenha ajudado a segurar a transmissão do vírus entre a população.
Porém, para ser eficiente, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações. É preciso que ela tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face. E também precisa ser individual, não devendo ser dividida com mais ninguém.
Quanto ao material, ela pode ser confeccionada em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhada e higienizada corretamente.
O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.
Cuidados necessários
Assim como as máscaras industriais, as caseiras também exigem uma manipulação adequada para não invalidar seu uso.
Antes e depois de manuseá-la, é preciso lavar muito bem as mãos com água e sabão. Também é indicado colocá-la no rosto ainda dentro de casa e, durante todo o tempo que estiver na rua, não tocá-la.
Além disso, as máscaras caseiras reutilizáveis precisam ser lavadas após o uso com água e sabão ou água sanitária, deixando-as de molho por cerca de 20 minutos.
Outra indicação é não ultrapassar duas horas de uso. E se ficar úmida, a máscara precisará ser trocada, por isso, é importante ter mais de uma peça.
“Agora, é lutar com as armas que a gente tem. Não adianta a gente lamentar que a China não está produzindo. Vamos ter que criar as nossas armas, e elas serão aquelas que nós tivermos”, disse Mandetta.
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