Sintomas de doença celíaca e como identificar a condição

Os sintomas podem aparecer especialmente após consumir alimentos que contenham glúten

A doença celíaca é uma condição autoimune grave, causada pela intolerância ao glúten, que pode despertar em uma série de sintomas desagradáveis. 

O glúten é uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados. Portanto, pode estar em massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodka e alguns doces.

A condição é hereditária, o que significa que ocorre em famílias. Pessoas com um parente de primeiro grau com doença celíaca (pais, filhos, irmãos) têm risco de 1 em 10 de desenvolver a doença.

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (ACELBRA), dois milhões de brasileiros são celíacos, mas apenas 15% deles têm o diagnóstico.

O que acontece na doença celíaca?

Quando pessoas com doença celíaca comem glúten, seu corpo cria uma resposta imunológica que ataca o intestino delgado.

Esses ataques causam danos à mucosa intestinal, causando inflamação e interferindo na absorção de nutrientes essenciais pelo corpo.

A doença celíaca pode causar danos ao intestino delgado
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A doença celíaca pode causar danos ao intestino delgado

Quais os sintomas de doença celíaca?

  • dor abdominal
  • diarreia
  • inchaço
  • fadiga
  • perda de peso
  • anemia
  • erupções cutâneas
  • dores de cabeça 
  • osteoporose

No entanto, é importante ressaltar que os sintomas da doença celíaca podem variar amplamente de uma pessoa para outra, e alguns indivíduos podem até ser assintomáticos.

Quem trem doença celíaca precisa se abster de glúten na alimentação
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Quem trem doença celíaca precisa se abster de glúten na alimentação

As três formas da doença celíaca

  • Clássico

É frequente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, com a introdução de alimentação complementar à base de pão, sopinhas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados com cereais proibidos.

De acordo com o Ministério da Saúde, essa forma caracteriza-se pela diarreia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável. Além disso, também há emagrecimento e falta de apetite, distensão e dor abdominal,  desnutrição aguda, entre outros sintomas.

  • Não clássico

Apresenta manifestações monossintomáticas, e as alterações gastrintestinais não chamam tanto a atenção.

Pode ser, por exemplo, anemia resistente a ferroterapia, irritabilidade, fadiga, baixo ganho de peso e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

  • Assintomático

São realizados nestes casos, exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que apresentam maior probabilidade de apresentar a doença (10%).

Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.

O que a doença celíaca causa?

A doença celíaca pode resultar em uma série de complicações e sintomas adversos.

As pessoas podem experimentar desde desconforto gastrointestinal, como dor abdominal, diarreia e inchaço, até problemas mais graves, tais como deficiências nutricionais, osteoporose, anemia, falhas no crescimento em crianças e até mesmo complicações neurológicas.

Além disso, pode haver impactos psicológicos, como ansiedade e depressão, devido à natureza crônica da doença. É importante saber, no entanto, que os efeitos variam de pessoa para pessoa e podem sofrer influência de fatores genéticos e ambientais. 

Quando suspeitar de doença celíaca?

Se você experimenta sintomas digestivos persistentes, como dor abdominal, diarreia, constipação, inchaço ou gases, especialmente após consumir alimentos que contenham glúten, é importante investigar.

Como saber se você tem a doença celíaca?

Primeiramente, é fundamental estar atento a sintomas persistentes, como o citados acima. 

Além disso, também é preciso considerar fatores de risco, como histórico familiar de doença celíaca ou de outras condições autoimunes.

A presença de outras complicações médicas, como osteoporose ou infertilidade inexplicada, pode fornecer pistas adicionais. 

Ao procurar um médico com essas queixas, ele pode solicitar testes específicos, como exames de sangue para detectar anticorpos associados à doença celíaca. Se necessário, pode realizar uma biópsia do intestino delgado para confirmar o diagnóstico.

Como é o tratamento para doença celíaca?

O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten, já que, quando a proteína é excluída da alimentação, os sintomas desaparecem.

Como a doença celíaca não tem cura, a dieta deve ser seguida rigorosamente pele resto da vida.

O que uma pessoa com doença celíaca pode comer?

Uma pessoa com doença celíaca deve aderir estritamente a uma dieta livre de glúten para evitar complicações e promover a saúde intestinal.

Felizmente, há uma ampla variedade de alimentos seguros e gostosos disponíveis para incluir em sua dieta.

Frutas frescas e vegetais são uma excelente escolha, proporcionando nutrientes essenciais e fibras sem a presença de glúten.

Grãos sem glúten, como arroz, milho, quinoa e trigo-sarraceno, oferecem uma variedade de opções para diversificar a alimentação.

Proteínas magras, como carnes, aves, peixes e leguminosas, são naturalmente livres de glúten e constituem uma parte importante da dieta de uma pessoa celíaca.

Além disso, laticínios não processados, como leite, queijo e iogurte, são geralmente seguros, desde que não contenham aditivos ou ingredientes que possam conter glúten.

Ao cozinhar em casa, é fundamental usar ingredientes certificados como livres de glúten e estar atento a contaminação cruzada em utensílios de cozinha e superfícies de preparo.

Ademais, existem também muitos produtos disponíveis no mercado especificamente rotulados como “livres de glúten”, incluindo pães, massas, biscoitos e cereais, que podem ajudar a diversificar as opções.

É obrigatório por lei federal que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.