Vacina do Butantan recebe autorização para iniciar fase 3 de testes

Autorização era o último requisito necessário para início dos testes com 9 mil voluntários no Brasil

09/07/2020 10:00

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou em seu perfil no Twitter, nesta quinta-feira, que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) autorizou o início da fase 3 de testes clínicos com a vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.

Dessa forma, será mantida a data de início dos testes já anunciada anteriormente para o dia 20 deste mês. Ao todo, 9 mil voluntários serão recrutados para participar do ensaio, que irá comprovar ou não a segurança e a eficácia da vacina contra o novo coronavírus. As inscrições deverão ser feitas por meio de um aplicativo, com previsão de lançamento na segunda-feira, 13.

O diretor do Butantã, Dimas Covas, à frente do estudo com a Coronavac diz que a vacina é considerada uma das mais promissoras do mundo.

Em entrevista à rádio CBN na terça-feira, 7, Covas disse estar otimista para disponibilizar o imunizante no Brasil ainda no fim deste ano ou no início de 2021. Segundo ele, nos estudos preliminares, mais de 90% dos participantes desenvolveram anticorpos desejados.

 Dimas Covas acredita que vacina estará disponível até o início de 2021
 Dimas Covas acredita que vacina estará disponível até o início de 2021 - divulgação/Governo do Estado de São Paulo

#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


Como serão os testes com a vacina Coronavac?

Os testes serão realizados em voluntários de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal. Apenas profissionais da saúde de rede pública ou privada que atuam no atendimento de pacientes com coronavírus poderão participar.

Os voluntários não poderão ter doenças instáveis [que afetem a resposta imune], distúrbios de coagulação e, as mulheres não poderão estar grávidas. Eles também não poderão ter tido a covid-19 anteriormente.

Metade dos participantes irá receber a vacina. A outra metade, um placebo, uma substância sem efeito algum. Ninguém saberá de que grupo faz parte. Com o teste, espera-se ser possível verificar se existe um estímulo à produção de anticorpos para proteção contra o vírus.

Teste parecido é feito com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Vacina chinesa Coronavac começará a ser aplicada no dia 20 deste mês
Vacina chinesa Coronavac começará a ser aplicada no dia 20 deste mês - Manjurul/istock