Ministério da Saúde para de informar alguns dados do coronavírus nas redes sociais

Sob gestão de dois médicos, o Ministério da Saúde agia de forma transparente; agora, sob o comando de um militar, alguns dados sumiram das redes

20/05/2020 20:28

Após a queda de dois ministros da Saúde que optaram em priorizar a ciência em detrimento do achismo dos bolsonaristas, o Ministério da Saúde, agora regido interinamente pelo general Eduardo Pazuello, parou de informar a quantidade de mortos pelo novo coronavírus nas redes sociais.

Nas gestões dos médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o Ministério da Saúde costumava informar, por meio de suas contas no Twitter e no Facebook, os números de óbitos causados pela covid-19. Agora, para que o cidadão tenha acesso a esses dados em sua plenitude, ele precisa acessar o site do Ministério da Saúde. A informação não chega de forma direta na timeline do internauta.

Dados completos de números de infectados, de mortos, de recuperados e de brasileiros em recuperação foram trocados por um painel de gosto duvidoso chamado “Placar da Vida”. Basicamente, a nova forma que o Ministério da Saúde encontrou de falar sobre os números do coronavírus ignora a dor de milhares de brasileiros que perderam (e continuam perdendo) familiares e amigos queridos.

Além disso, outra mudança que aconteceu na divulgação dos dados foi o horário em que as informações são compartilhadas nas redes sociais. Antes, o Ministério da Saúde publicava nas redes sociais entre 17h e 19h, para dar tempo de que todo brasileiro tivesse acesso às informações antes de dormir. Agora, Pazuello tem preferido divulgar mais tarde, já próximo das 22h.

Compare:

ANTES (quando um médico comandava o Ministério da Saúde)

Dados do Ministério da Saúde sob o comando de um médico
Dados do Ministério da Saúde sob o comando de um médico - reprodução/Twitter

AGORA (Ministério da Saúde sob comando de militar)

Dados do Ministério da Saúde sob o comando de um militar
Dados do Ministério da Saúde sob o comando de um militar - reprodução/Twitter

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