Estudo brasileiro sobre hidroxicloroquina terá resultado em até 3 meses
Pesquisa vai avaliar a eficácia do medicamento em 1,3 mil pacientes
O primeiro estudo clínico brasileiro sobre a eficácia e segurança da hidroxicloroquina e outros medicamentos contra o novo coronavírus deverá ter os resultados divulgados nos próximos dois ou três meses.
A pesquisa nomeada de Coalizão COVID Brasil é fruto de uma parceria entre o Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio Libanês e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), junto com o Ministério da Saúde.
As substâncias usadas nos testes serão fornecidas pela farmacêutica EMS, que já produz os medicamentos no Brasil.
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Ao todo, serão realizadas três pesquisas. A primeira envolverá pacientes de menor gravidade internados por covid-19. Nestes pacientes, será avaliado se a hidroxicloroquina é eficaz em melhorar o quadro respiratório. Também será avaliado se adicionar o medicamento azitromicina, que pode potencializar a ação da hidroxicloroquina, terá efeito benéfico adicional. Serão incluídos nesta primeira fase 630 pacientes.
Já a segunda pesquisa envolverá casos mais graves, que necessitam de maior suporte respiratório. Nesta, todos os pacientes receberão o medicamento hidroxicloroquina, com o objetivo de verificar se a azitromicina tem efeito benéfico adicional, com potencial de melhorar os problemas respiratórios causados pelo novo coronavírus. Cerca de de 440 pacientes participarão dessa investigação.
O terceiro estudo avaliará a efetividade da dexametasona, uma medicação com ação anti-inflamatória, para pacientes com insuficiência respiratória grave, que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar. Nesta pesquisa serão incluídos 284 pacientes.
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A hidroxicloroquina tem sido apontada como uma esperança no tratamento da covid-19, após estudos preliminares realizados em outros países observarem efeitos positivos. Porém, tudo é ainda muito prematuro e necessita investigações mais aprofundadas.
Cientistas de diversos países estão correndo contra o tempo para testarem a efetividade da droga. Há anos, remédios a base de cloroquina são utilizados no tratamento de malária, lúpus e também artrite reumatoide.
Desde que foi anunciada como possível arma contra o novo coronavírus, uma corrida injustificada pela medicamento aconteceu em diversos países, o que acabou deixando inúmeros pacientes, que fazem o uso contínuo dessas medicações, sem o tratamento.
A Anvisa chegou a enquadrar os medicamentos como produtos de controle especial, que significa que o só poderão ser entregues mediante receita branca especial em duas vias. A medida visa evitar que pessoas que não precisam, de fato, da droga provoquem um desabastecimento no mercado.