Cadelas buscam um lar após perderem tutor para a covid-19
As cadelas vivem em Fortaleza e buscam famílias responsáveis que estejam dispostas a tirá-las desta situação dolorosa
O biólogo Francisco Rafael Agostinho deu uma nova chance a quatro cachorros. Abandonados, eles foram ignorados por muitos que fingiram não os enxergar ao passar por eles. Mas não por Rafael, que os levou para casa e construiu uma família com os animais, que agora sofrem a dor do luto. Aos 36 anos, o biólogo foi uma das mais de 20 mil vítimas da covid-19 no Brasil.
No dia 11 de maio, Rafael morreu no Hospital Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza, no Ceará. Os sintomas apareceram no início de abril e, em 4 de maio, a internação na unidade de saúde se fez necessária. O biólogo apresentava melhora desde então, mas sofreu uma parada cardíaca e perdeu a vida, deixando os quatro cães sozinhos.
Comovidos com a situação dos animais, familiares de Rafael iniciaram uma campanha via internet para ajudá-los na procura por lares. Com a iniciativa, Billy e Marronzinha encontraram novas famílias para dividirem a vida. As cadelas Suzy e Valente, porém, continuam esperando por alguém que os acolha em meio a este momento tão difícil.
Confira o final desta história e outras notícias inspiradoras sobre animais na ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais).
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Coronavírus: como cuidar de cachorros e gatos durante isolamento
Cachorros e gatos podem ser infectados ou transmitir o novo coronavírus a humanos? Devo parar de passear com meu bichinho de estimação durante o período de isolamento? Posso ir ao veterinário? Nos últimos dias, foram muitas as dúvidas da população sobre a relação entre a covid-19 e os animais.
Para solucionar essas e outras perguntas, a Catraca Livre consultou o Conselho Federal de Medicina Veterinária e a veterinária Camila Araujo Figueiredo, voluntária da ONG Médicos do Mundo e responsável pela conta no Instagram Veterinando, para responder as principais questões e acabar com as fake news sobre o tema.
Confira abaixo:
Quais os motivos que levam os cães e gatos a pegar o vírus, mas não transmitir?
Camila Araujo Figueiredo: De acordo com os estudos mais recentes realizados em vários países, ainda não há comprovações de que os cães e gatos possam ser infectados com o vírus e muito menos de que são transmissores.
Fato que a medicina veterinária já previa, pois os agentes causadores de coronavírus nesses animais são considerados espécie-específicos, ou seja, cada espécie de vírus possui receptores exclusivos para cada espécie animal. Sendo o vírus da espécie CCoV específico para cães, o vírus FCoV específico para gatos e o vírus da espécie SARS-CoV 2 (causador da covid-19) específico para humanos. Contudo, os animais podem carrear uma carga viral, mesmo que mínima, para diferentes ambientes.
Posso levar meu cachorro para passear na rua ou deve ser isolado também? E para as pessoas diagnosticadas com coronavírus?
Camila Araujo Figueiredo: Por serem possíveis carreadores do vírus pelo ambiente, não é recomendado sair com animais para passeios, respeitando também a orientação de isolamento social, porém, pessoas saudáveis podem realizar passeios de curto período e distância, apenas para atender às necessidades fisiológicas. É importante evitar contato com outros animais e pessoas, buscando lugares menos aglomerados e os horários mais vazios.
Todas as pessoas com sintomas de gripe/resfriado e diagnosticadas com covid-19 devem evitar contato com os animais. A lavagem das mãos é indicada antes e depois do contato com os pets e somente se o contato for realmente necessário. Além de uso recorrente do álcool em gel e máscara.
Se o animal não transmite nem pega a covid-19, por que não posso ficar perto dele se eu estiver com o coronavírus?
Conselho Federal de Medicina Veterinária: Realmente, não há comprovação científica de que o animal transmita a covid-19, mas o tutor infectado, ao espirrar ou tossir, poderá espalhar partículas com vírus na pelagem do animal. Até o momento, não há informações de que o animal em si desenvolva a doença, mas se o pelo estiver contaminado e outra pessoa o tocar, não há garantia de que não haverá transmissão. Nesse momento de incertezas, todo cuidado faz a diferença para evitar o contágio.