Campanha pressiona Covas a pagar auxílio a vítimas de violência

Confinadas com seus agressores, muitas mulheres têm vivido desamparadas; veja como assinar a petição

Falta apenas a regulamentação do prefeito Bruno Covas para o auxílio se tornar realidade
Créditos: Reprodução/TVGlobo
Falta apenas a regulamentação do prefeito Bruno Covas para o auxílio se tornar realidade

Confinadas com seus agressores, muitas mulheres têm vivido desamparadas e sem qualquer opção para saírem de casa. Segundo a Secretaria de Segurança Publica de São Paulo, houve o aumento de 19,8% nas ocorrências de violência doméstica durante a quarentena. E tudo indica que este número é ainda maior, pois parte das denúncias não são feitas devido ao isolamento.

Para ajudar as vítimas de violência, a Minha Sampa, em parceria com outras entidades, criou a campanha #SeguraEmCasa, que tem como objetivo pressionar o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), a pagar o auxílio-aluguel a essas mulheres.

Como explica a petição online, no dia 12 de fevereiro, os vereadores de São Paulo aprovaram o Projeto de Lei 658/2018, que concede o auxílio. Agora, só falta a regulamentação do prefeito para a proposta se tornar realidade e auxiliar esse grupo tão vulnerável.

Com o dinheiro, as vítimas terão condições financeiras de sair de casa antes que o pior aconteça. Veja como assinar a ação e ajude a pressionar Bruno Covas a aprovar a medida o quanto antes.


#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


Como identificar a violência doméstica

Mas como identificar as situações de violência que não são tão explícitas? A psicóloga Kátia Braz cita comportamentos recorrentes que caracterizam um relacionamento abusivo, como o sujeito oferecer algo à companheira que não vai entregar, vender uma ideia de si mesmo totalmente errada e prometer amor e companheirismo eternos.

“Tudo que não tem comum acordo pode ser caracterizado como uma violência. Ele querer controlar a sua vida, ter posse sobre você e fazer com que tudo que você faça seja para o prazer dele são alguns pontos a se destacar”, afirma.

A especialista lista alguns exemplos de situações vistas com frequência em relacionamentos abusivos. Não é possível afirmar que as pessoas com essas atitudes virão a praticar violência física, mas são alguns dos caminhos que historicamente resultaram nesse tipo de situação.

“Quanto mais eu estudo esse tema e mais tenho contato com essas mulheres, mais percebo a sutileza de violências que a gente vai sofrendo no dia a dia. É muito característico, bem triste”, completa.

Veja abaixo alguns indícios:

Demonstra amor de forma exagerada

As demonstrações de amor de forma exagerada, com pedidos de casamento, noivado ou namoro muito prematuros são indícios de um relacionamento que pode vir a ser abusivo.

Se dedica 100% à relação

Sabe aquela pessoa que parou de jogar futebol com os amigos, parou de ir aos passeios e fica 100% do tempo com a namorada, observando tudo o que acontece com ela? Isso é outro indício de uma tentativa de controle e, portanto, de violência.

Faz uso de um falso moralismo

O sujeito fala para que você precisa respeitar a sua família, mas ele não fala com a mãe dele há 5 anos e nunca a tratou bem. É algo que não se encaixa muito bem.

Utiliza chantagens frequentes

Chantagens, muitas chantagens. Para que a mulher não termine, o homem usa aspectos e pessoas essenciais da vida dela e a chantageia. Inclusive, em certos casos, o agressor chega a inventar que está com uma doença grave ou até mesmo ameaça se matar.

Se vitimiza sempre

O homem sempre se coloca como vítima. Às vezes de antigas namoradas, em outros casos de familiares ou chefes mulheres. Todas causaram mal a ele. Ou seja, a raiva com que ele trata a companheira e o resto das pessoas é justificada como se fosse uma reação ao sofrimento que enfrentou ao longo da vida. No entanto, a mulher precisa prestar atenção, pois, após certo tempo, ela mesma será colocada como mais um algoz na vida do rapaz.

Desqualifica a mulher em público

A todo momento, ele tenta desqualificar a vítima em público e deslegitimar todos seus sentimentos, desde a dor, o sofrimento e até a alegria.

Por exemplo: a mulher chega toda feliz em casa porque será promovida no emprego, e ele responde: “Não tem nada a ver com talento, mas sim porque seu chefe está querendo te pegar”.

Além disso, o companheiro passa a minar todas as coisas que são básicas a ela: faz silêncios violentos, ameaça ficar sem falar com ela caso não siga um pedido seu, entre outros comportamentos.

Trai com frequência

Um aspecto que aparece frequentemente são as traições. O indivíduo tem o hábito de trair e colocar essas traições como culpa do outro: “Olha, eu te traí porque você ficou diferente comigo, porque você está muito fria”.

Um caso que acontece sempre é o homem ter brigado o dia todo com a mulher, aí chega à noite e quer ter relação sexual, mas ela nega. Então, ele a trai e ainda diz que fez isso porque ela não tem mais interesse e o jogou nos braços de outra mulher.

Confira a matéria na íntegra.