Em Grande Debate, comentarista pede que governo assuma protagonismo
'É importante que o governo federal tome a liderança do processo e não que somente reaja' diz Gabriela Prioli
Hoje pela manhã o programa “Grande Debate” da CNN Brasil foi parar nos Trending Topics do Twitter. No quadro, um mesmo tema é discutido sobre pontos de vista diferentes. Tomé Abduch e Gabriela Prioli discutiram hoje sobre a divergência entre o presidente de República e alguns governadores no combate ao coronavírus, e a comentarista pediu o protagonismo do governo sobre a questão.
A discussão foi levantada, pois, numa entrevista, João Doria, governador de São Paulo, cutucou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre sua apatia em relação a tomar medidas preventivas para reduzir a disseminação do coronavírus. O trecho desta fala é exibido antes dos debatedores falarem. No vídeo, o governador diz: “Gostaria que o presidente liderasse o país numa crise como essa. Nós, em São Paulo, e os outros governadores em seus respectivos estados, prefeitos e prefeitas dos municípios, estão cumprindo sua obrigação, fazendo aquilo que deve ser feito e aquilo que o presidente Bolsonaro não consegue fazer”, lamenta.
Por sua vez, o presidente afirmou que alguns governadores estão tomando atitudes drásticas, visando às eleições, e chamou o tucano de “lunático” e aproveitador: “Lunático, tá se aproveitando desse momento para querer crescer politicamente”, afirma.
Na CNN Brasil, Tomé Abduch, que deu início ao debate, concorda com o presidente, dizendo que alguns governantes estão tomando medidas preocupados com as eleições. Ele fala também que o governo federal “está sendo criterioso, com o pé no chão”.
Na sequência, Gabriela Prioli fala sobre a necessidade de isolamento social para achatar a curva de disseminação do vírus e traz à tona a questão que o presidente minimiza a pandemia: “Presidente da República desmente o ministro da Saúde, dizendo que acha que não vai ter caos na saúde”, e acrescenta: “Jair mantém a retórica dele de que o vírus tem uma importância menor”.
Com isso, ela embasa seus argumentos e cobra protagonismo do presidente, dizendo que ele, de forma sistemática, sempre transfere a responsabilidade aos outros: “Me parece uma postura que permite a ele se eximir de responsabilidade no futuro. Porque claro, liderança pressupõe responsabilidade. A partir do momento que ele não lidera, ele se exime da responsabilidade e consegue transferir para as outras pessoas. O que é uma conduta sistemática por parte do presidente da República. A gente vê aí um governo que joga muito a culpa no Congresso, joga muito a culpa na mídia, enfim. Joga a culpa em outros atores para eximir de responsabilidade o próprio chefe do Poder Executivo”, afirma.
A seguir, eles discutem sobre o impacto econômico e a necessidade de fazer o isolamento que pode prejudicar a economia. Gabriela reforça sua preocupação: “Eu espero que nós não adotemos uma retórica de absoluto descaso com essas pessoas, são vidas humanas”, sobre a necessidade do isolamento voluntário.
Tomé então critica o governador de São Paulo, por ter tomado medidas preventivas contra o coronavírus e também permitido a realização do Carnaval que, pode ter contribuído para a propagação do vírus. Ele acrescenta que o isolamento não precisa ser feito por todas a pessoas: “Eu não posso simplesmente parar minha vida toda e não fazer mais nada. As pessoas que estão fora do grupo de risco têm que tomar a postura para ajudar o Brasil e não simplesmente ficar jogando pedra em tudo que é feito”, se exalta.
Em contrapartida, Gabriela rebate que “a análise do mundo não precisa ser binária” e diz que ela não concordar com algumas atitudes dos governadores, não justifica o fato de não elogiar as atitudes que eles tomaram para combater a prevenção do vírus “diante da inércia do governo federal”. Nessa hora, ela defende que o Carnaval foi realizado antes de ser declarada pandemia pela OMS. E que, após essa declaração, o presidente foi quem saiu às ruas e cumprimentou pessoas numa manifestação.
Tomé defendeu com unhas e dentes o presidente e disse que “é uma retórica que está sendo colocada para destruir o governo Jair Bolsonaro”. Que estaria sim, preocupado com as pessoas e com o vírus. Nisso, Gabriela rebate que “o presidente da República muitas vezes fala coisas que não correspondem com a realidade” e citou exemplos. “Acho muito complicado essa insistência de colocar o presidente da República como vítima”. A esta fala, Tomé acrescenta: “A vítima não é ele não [presidente]. A vítima é o povo brasileiro com o que tá acontecendo”.
Assista ao debate na íntegra:
A hashtag #GrandeDebate ocupou o Trending Topics do Twitter, dividindo opiniões. Confira a repercussão:
Defendendo a fala de Tomé Abduch
https://twitter.com/LeonardoCarmin6/status/1242109161799856128
https://twitter.com/galoforte1908/status/1242064217450176515
“ A vítima nao é ele nao , a vitima é o povo Brasileiro “Vamos deixar de pensar nas próximas eleições “ … deu um baile nesta esquerdopata kkkkkk “Faça Dívida 👏🏻👏🏻👏🏻“ #grandedebate pic.twitter.com/mIdee8ReKs
— Jorge Roberto (@JorgeTakeu) March 23, 2020
Defendendo a fala de Gabriela Prioli
https://twitter.com/AndrewsMeira/status/1242070796027211776
https://twitter.com/eujonathancosta/status/1242071912974516225
- Quais os cuidados para prevenir o novo coronavírus
- Saiba o que fazer se estiver com suspeita de coronavírus
- Coronavírus: saiba o que a OMS diz sobre o uso de máscaras
- Como se proteger no ambiente de trabalho
- Quais os sintomas e tudo o que se sabe até agora sobre o coronavírus
- SUS lança app para fazer triagem virtual
- Coronavírus: como se proteger no transporte público
- Aplicativo avisa se você passou por alguém com coronavírus
- Entenda a diferença entre quarentena e isolamento
Coronavírus
O Covid-19 foi descoberto em dezembro de 2019, quando apareceram os primeiros casos na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. No início, muitos dos pacientes infectados tinham alguma ligação com um grande mercado de frutos do mar e animais vivos da cidade chinesa. Mais tarde, um número crescente de pacientes que não tiveram exposição a mercados de animais também foram diagnosticados, indicando a disseminação de pessoa para pessoa. O novo coronavírus faz parte de uma ampla família de vírus que pode causar desde um resfriado comum até problemas respiratórios que levam à morte.
Coronavírus no Brasil
O Ministério da Saúde atualizou, na tarde desta quinta-feira, 12, os números de casos confirmados do novo coronavírus. O balanço aponta 77 pacientes com diagnóstico positivo para o Covid-19.
Além disso, são 1.422 casos suspeitos, que estão sendo monitorados, e 1.163 descartados.
O maior número de casos ainda se concentra no Sudeste, com 59 pacientes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro Espírito Santos e Minas Gerais. Em seguida, vem a região Sul, com 10 casos localizados no Rio Grande do Sul e no Paraná. Também há casos no DF, Pernambuco e Alagoas.
Sintomas do novo coronavírus
Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado, com febre, tosse e dificuldade para respirar. O Covid-19 pode, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
Prevenção
Os cuidados para reduzir o risco de contrair o coronavírus são básicos e incluem lavar as mãos frequentemente com água e sabão, usar desinfetante à base de álcool e evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Veja outras dicas:
- -Ao tossir ou espirrar é recomendado cobrir a boca e nariz;
- -Não tocar mucosas de olhos, nariz e boca de outra pessoa;
- -Usar lenço descartável para higiene nasal;
- -Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- -Manter o ambiente ventilado;
- -Ao viajar para locais com circulação do vírus tomar cuidado para não entrar em contato com pessoas doentes e animais vivos ou mortos.
Acompanhe a página especial do BBB20 na Catraca Livre e fique por dentro de tudo que rola na casa mais vigiada do Brasil!