Brasil tem a primeira morte por varíola dos macacos
A vítima é um homem de 41 anos que estava internado em Belo Horizonte (MG).
O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira, 29, a primeira morte causada pela varíola dos macacos no país. A vítima é um homem de 41 anos que estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte (MG).
Segundo a pasta, o paciente era imunossuprimido e havia sido diagnosticado com um linfoma, o que levou ao agravamento do quadro. A informação é da GloboNews.
O Brasil já tem cerca de mil casos confirmados de varíola dos macacos e, agora, o Ministério da Saúde trata a doença como um “surto”.
Ontem, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou que a capital paulista registra os três primeiros casos de varíola do macaco em crianças.
Segundo o comunicado da prefeitura, elas estão sendo monitoradas e não apresentam sintomas graves da doença.
Situação no Brasil
De acordo com o boletim mais recente do ministério, 1.066 casos da doença foram registrados no país, a maioria em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A situação chama a atenção da Organização Mundial da Saúde, que a vê com preocupação, especialmente pela falta de testes o suficiente.
“Certamente, [a varíola do macaco] é muito preocupante para países como o Brasil, de população grande, geograficamente extenso, e agora também com um número significativo de casos”, afirmou a líder técnica sobre varíola do macaco do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Rosamund Lewis.
Como ocorre transmissão?
O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.
Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.
Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.
Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.
Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.
Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.
Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.