Europa alerta que varíola do macaco pode se tornar endêmica
Veja quais os riscos disso acontecer e como a acontece a transmissão do vírus
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) alertou nesta segunda-feira, 23, que a varíola dos macaco (monkeypox, em inglês) pode se tornar endêmica no continente, se a transmissão continuar.
Uma doença é considerada endêmica quando ela é recorrente em determinada região, acontecendo durante o ano todo, com volume esperado de casos.
“Se ocorrer transmissão de humano para animal e o vírus se espalhar em uma população animal, existe o risco de a doença se tornar endêmica na Europa”, disse o ECDC.
- Depressão e temperatura corporal: entenda conexão apontada pela ciência
- Descubra o poder da romã para a saúde do coração
- Doença cardíaca pode se manifestar pela manhã; saiba como
- Como adotar hábitos saudáveis e controlar a diabete tipo 2
Ao todo, até agora, dezesseis países, incluindo Espanha, Portugal, França, Alemanha, EUA, Austrália e Canadá detectaram o vírus este mês. A Dinamarca foi a mais recente nação a última a confirmar a infecção em um homem que retornou recentemente da Espanha.
A doença é endêmica apenas na África central e ocidental, onde as pessoas são infectadas principalmente por animais como roedores selvagens e primatas.
Antes do atual surto, o vírus causada da doença só tinha sido detectado em quatro países fora do continente africano quatro vezes. O que acontece agora é algo totalmente atípico.
Por isso, as autoridades de saúde dos países estão alarmadas com a quantidade de casos que só aumenta em pouco tempo e atinge desproporcionalmente homens homossexuais, bissexuais e que fazem sexo com outros homens.
“Vírus controlável”
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o surto pode controlado barrando a transmissão de humano para humano.
“Esta é uma situação controlável, particularmente nos países onde estamos vendo esses surtos que estão acontecendo em toda a Europa, também na América do Norte”, disse Maria Van Kerkhove, líder de doenças emergentes da OMS.
“Estamos em uma situação em que podemos usar ferramentas de saúde pública de identificação precoce, isolamento de casos com suporte”, acrescentou.
Ela disse que a transmissão está acontecendo por meio de contato físico próximo, ‘contato pele a pele’ e que a maioria das pessoas identificadas até agora não teve um caso grave da doença.
Van Kerkhove também disse que ainda não se sabe se o vírus a sofreu mutação para se tornar mais transmissível e que os cientistas estão estudando as primeiras sequências genômicas do vírus agora.
Concentração dos casos entre homens
Chama a atenção que a maioria dos casos esteja concentrada entre homens homossexuais, bissexuais e que fazem sexo com outros homens. Porém, não é uma doença exclusiva desses grupos, segundo Andy Seale, consultor de estratégias dos programas globais de HIV, hepatite e infecções sexualmente transmissíveis da OMS.
Ele também enfatizou que, embora o vírus possa ser contraído por meio da atividade sexual, não é uma doença sexualmente transmissível.
Como ocorre a transmissão?
A varíola do macaco pode ser transmitida por contato próximo e prolongado, o que ocorre durante o sexo, por exemplo.
A transmissão ocorre através do contato com fluidos corporais, com as bolhas que se formam na pele e das gotículas respiratórias da pessoa contaminada.
Também pode ocorrer a partir de compartilhamento de itens (como roupas e roupas de cama) que foram contaminados com fluidos contaminados
Por isso, qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a infecção.
Sintomas
Os sintomas da varíola dos macacos são semelhantes, mas mais leves do que os da varíola. A infecção geralmente começa com sintomas parecidos com os da gripe, como febre, dor muscular e linfonodos inchados antes de causar uma erupções na pele do rosto e do corpo todo. Essas bolhas são dolorosas e cheias de líquido.
A maioria das pessoas se recupera em algumas semanas, sem necessidade de tratamento. A doença só foi fatal em casos raros.