Casos de varíola do macaco vão a 592 no Brasil; saiba os locais

A maioria das notificações está no estado de São Paulo; veja os sintomas e como ocorre a transmissão

A varíola do macaco (monkeypox) se espalha pelo Brasil, e os casos já chegam a 592 no país, segundo o último balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira, 21.

O estado de São Paulo concentra a maioria das infecções, com 429 totais, seguido do Rio de Janeiro, com 85 e Minas Gerais, com 32 casos.

varíola
Créditos: reprodução/twitter/Harun Tulunay

Os demais casos foram registrados no Distrito Federal (12), Paraná (10), Goiás (9), Bahia (4), Ceará (2), Rio Grande do Sul (2), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (1), Mato Grosso do Sul (1) e Santa Catarina (1).

A Região Norte  foi a única a não registrar da doença até o momento. Outros seis estados, sendo eles Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí e Sergipe, também não confirmaram infecções.

Ao contrário de outros países, o Brasil ainda não garantiu vacinas para prevenir a doença. O Instituto Butantan, no entanto, avalia fabricar o imunizante.

Situação no mundo

A última atualização da Organização Mundial da (OMS) contabiliza cerca de 14 mil casos em 72 países, sendo que o Brasil está entre os que têm os maiores números de notificações.

Como ocorre  transmissão?

O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.

Vias de transmissão da varíola do macaco ainda estão sendo estudadas
Créditos: kontekbrothers/istock
Vias de transmissão da varíola do macaco ainda estão sendo estudadas

Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.

Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.

Bolhas aparecem na pele e nas mucosas
Créditos: reprodução/CDC
Bolhas aparecem na pele e nas mucosas

Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.

O que se sabe até o momento é que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou isolamento, e apenas um paciente foi internado em UTI. A OMS também confirma cinco mortes, todas na África.

Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.

Como se proteger?

Como forma de proteção contra o vírus monkeypox, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o reforço de medidas farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos. São as mesmas medidas já adotadas pela população contra a covid-19.