OMS declara varíola do macaco uma emergência de saúde internacional
Com o alerta máximo, agência de saúde pede ação coordenada para impedir uma nova pandemia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ativou seu nível mais alto de alerta para o crescente surto de varíola do macaco, declarando o vírus uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Isso significa que a OMS agora vê o surto como uma ameaça significativa o suficiente para a saúde global que é necessária uma resposta internacional coordenada para impedir que o vírus se espalhe ainda mais e potencialmente se transforme em uma pandemia.
Embora a declaração não imponha exigências aos governos nacionais, ela serve como um apelo urgente à ação.
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No mês passado, a OMS se recusou a declarar uma emergência global em resposta à varíola do macaco. Mas as infecções aumentaram substancialmente nas últimas semanas, mudando a avaliação do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo ele, o comitê da agência não conseguiu chegar a um consenso sobre se a varíola dos macacos constitui uma emergência. Tedros Adhanom, como chefe da OMS, tomou a decisão de emitir o alerta máximo com base na rápida disseminação do surto em todo o mundo.
Até o momento, quase 17 mil casos foram diagnosticados em 74 países do mundo.
“Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, por meio de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco”, disse Tedros. “Por todas essas razões, decidi que o surto global de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de interesse internacional”, disse Adhanom.
Ele afirmou que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto.
Como ocorre transmissão?
O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.
Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.
Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.
Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.
Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.
Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.
O que se sabe até o momento é que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou isolamento, e apenas um paciente foi internado em UTI. A OMS também confirma cinco mortes, todas na África.
Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.