Varíola do macaco pode ser a próxima pandemia? Veja o que se sabe
Alguns pesquisadores já alertaram que a doença é uma ameaça crescente, mas não no nível do coronavírus
Diante do surto da varíola do macaco, alguns países já estão adotando quarentena obrigatória de 21 dias para os contaminados. É o caso da Alemanha, do Reino Unido e da Bélgica, por exemplo. Mas será que essa ação é exagerada ou o risco da doença se tornar a próxima pandemia é real?
A medida é justificada porque o vírus causador da doença pode ser transmitido por contato próximo com pessoas contaminadas, por meio de gotículas respiratórias e fluidos corporais.
O ministro da saúde alemão, Karl Lauterbach, disse que, segundo um entendimento inicial, a propagação da doença viral não constituiu o início de outra pandemia, porém, não deve ser encarada sem vigilância.
- Descubra o poder da romã para a saúde do coração
- 7 indícios de que você sofre de intolerância à lactose
- Doença cardíaca pode se manifestar pela manhã; saiba como
- Cientistas podem ter descoberto fator para autismo que recebe pouca atenção
Embora os pesquisadores não estejam descartando completamente uma pandemia, eles acham pouco provável, menos ainda nos moldes do coronavírus.
“Depois de mais de dois anos vivendo uma pandemia, é compreensível que a notícia de um novo vírus se espalhando pelo mundo possa causar alarme, mas especialistas em saúde dizem que é improvável que a varíola crie um cenário semelhante ao do coronavírus, mesmo se mais casos forem encontrados”, afirmou a diretora técnica da Organização Mundial da Saúde, Maria Van Kerkhove,
A infectologista e chefe do departamento de doenças emergentes da OMS também disse que a varíola do macaco pode ser contida com ações coordenadas de vigilância entre os países.
“Esta é uma situação controlável, particularmente nos países onde estamos vendo esses surtos”, explicou Maria Van Kerkhove, em entrevista coletiva sobre a doença.
“Queremos parar a transmissão de humano para humano. Podemos fazer isso nos países não endêmicos”, disse.
Para isso, segundo ela, é necessário que países adotem ferramentas para identificação precoce de casos e tracem estratégias de isolamento.
Ameaça mais conhecida
Diferentemente da covid-19, a varíola do macaco não é uma completa desconhecida. A doença já era endêmica na África, com casos raros, até então, fora do continente.
Além disso, já existe uma vacina para prevenir tanto a varíola tradicional, erradicada em 1980, quanto a varíola do macaco. Esta, inclusive, já começou a ser aplicada em alguns países, diante do surto.
Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a vacinação em massa contra a doença não será necessária, devido à transmissão considerada baixa entre humanos, e ressaltou que medidas preventivas, como o uso de máscara e higiene das mãos ajudam a controlar o surto.
O que é a varíola do macaco
A varíola do macaco é uma infecção viral rara, parente da varíola que foi erradicada em 1980.
De acordo com o sistema público de saúde do Reino Unido (NHS), a doença geralmente dura de duas a quatro semanas e a pessoa se recupera. Os sintomas podem aparecer de cinco a 21 dias após a infecção.
Sintomas
Geralmente, começa com sintomas semelhantes aos da gripe, como dores musculares, de cabeça e calafrios, além de inchaço dos gânglios linfáticos. Depois, a doença progride para uma erupção cutânea que se espalha para o rosto e o corpo.
De acordo com a OMS, casos graves ocorrem mais comumente entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações.
As complicações da varíola do macaco podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com consequente perda de visão.