Três crianças são diagnosticadas com varíola do macaco
São os primeiros casos de monkeypox pediátrica do atual surto fora da África
À medida em que o surto de varíola do macaco (monkeypox) avança no mundo, estão sendo confirmados os primeiros diagnósticos na população infantil. Os Estados Unidos confirmaram dois casos em crianças, enquanto a Holanda informou que uma criança com menos 10 anos também testou positivo.
O caso holandês ocorreu após a família passar as férias na Turquia. A criança foi levada ao hospital no final de junho, apresentando erupções cutâneas.
Os médicos contaram 20 lesões em seu rosto, orelha, antebraços, coxas e costas, mas o paciente não apresentava febre ou linfonodos inchados, que também são sintomas comuns da doença.
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Em uma semana, o vírus caiu para níveis não detectáveis e a criança se recuperou completamente. Nenhum de seus contatos próximos testou positivo.
Já os dois casos nos EUA, confirmados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), na última sexta-feira, 22, são de uma criança na Califórnia e um bebê que não é residente nos EUA.
As duas crianças não tinham qualquer ligação e, segundo o CDC, provavelmente resultaram de transmissão domiciliar. Elas estão bem de saúde e sendo tratadas.
O número real de diagnósticos pediátricos, no entanto, pode ser maior. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou no final de junho que monitorava três casos em menores de 18 anos.
Surto de varíola do macaco
Até agora, houve mais de 14.000 casos de varíola do macaco em mais de 70 países e cinco mortes na África.
No último sábado, 23, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ativou seu nível mais alto de alerta para o crescente surto da doença, declarando o vírus uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Isso significa que a OMS agora vê o surto como uma ameaça significativa o suficiente para a saúde global que é necessária uma resposta internacional coordenada para impedir que o vírus se espalhe ainda mais e potencialmente se transforme em uma pandemia.
A doença que causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões na pele, vem se espalhando principalmente entre homens que fazem sexo com homens no recente surto, fora dos países da África Central e Ocidental, onde é endêmica.
Especialistas temem que a doença provavelmente já tenha se espalhado para outras populações, mas ainda não foi detectada devido à falta de testes.
Transmissão
O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.
Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.
Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.
Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.
Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.
Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.
O que se sabe até o momento é que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou isolamento, e apenas um paciente foi internado em UTI. A OMS também confirma cinco mortes, todas na África.
Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.