Varíola do macaco: OMS condena ataque a primatas no Brasil

Porta-voz da agência de saúde enfatiza que o vírus está circulando entre a população humana

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou que, apesar do nome, os surtos de varíola do macaco não estão ligados a esse primatas.

“O que as pessoas precisam saber é que a transmissão que estamos vendo está acontecendo entre humanos”, disse uma porta-voz da OMS, Margaret Harris, em coletiva de imprensa.

OMS condena ataque a macacos no Brasil e estuda mudar nome da varíola do macaco
Créditos: BeritK/istock
OMS condena ataque a macacos no Brasil e estuda mudar nome da varíola do macaco

Ela disse que os primatas não podem ser culpados pelo aumento de casos da doença no Brasil após relatos em várias cidades de ataques físicos e envenenamentos de macacos.

Em uma reserva natural em Rio Preto, no estado de São Paulo, 10 macacos parecem ter sido envenenados ou feridos intencionalmente em menos de uma semana, segundo o site de notícias G1. Equipes de resgate e ativistas suspeitam que os macacos foram envenenados e atacados depois que três casos de varíola foram confirmados na região.

Monkeypox recebeu esse nome porque o vírus foi identificado pela primeira vez em macacos mantidos para pesquisa na Dinamarca, mas a doença é encontrada em vários animais e mais frequentemente em roedores.

Embora o vírus possa passar de animais para humanos, a recente explosão global de casos se deve à transmissão de contato próximo entre humanos, disse Harris.

“A preocupação deve ser sobre onde [está circulando] na população humana e o que os humanos podem fazer para se proteger de contrair e transmitir”, disse ela. As pessoas “certamente não deveriam estar atacando nenhum animal”.

Harris disse que a melhor maneira de controlar o vírus é “se as pessoas reconhecerem que têm sintomas e procurarem ajuda e cuidados médicos e tomarem precauções para evitar que sejam transmitidos”. Isso requer aumentar a conscientização entre aqueles que estão em maior risco.

Situação no mundo

Globalmente, mais de 28.100 casos e 12 mortes foram registrados. Até o momento, o Brasil registrou mais de 1.700 casos e uma morte, segundo dados da OMS.

Os sintomas da doença incluem erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.

Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.

Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.