Vírus da varíola do macaco é encontrado no sêmen
O novo estudo examinou várias amostras biológicas de 12 pacientes com caso confirmado da doença
Pesquisadores na Espanha descobriram altas cargas virais da varíola do macaco (monkeypox) na saliva, sêmen, urina e outras amostras de pacientes confirmados com a doença.
Até agora, o que se sabe é que a principal forma de propagação do vírus é através do contato direto com as lesões na pele de alguém infectado e com superfícies contaminadas por essas lesões também. No entanto, não está claro se a varíola pode passar de pessoa para pessoa através de fluidos corporais como sangue e sêmen.
O novo estudo examinou várias amostras biológicas de 12 pacientes com caso confirmado de varíola do macaco. No momento do diagnóstico, os médicos encontraram altas cargas de DNA viral nas lesões de pele de cada paciente.
Os pesquisadores descobriram que todos os 12 pacientes também tinham DNA do vírus em sua saliva, com alguns dos pacientes apresentando cargas virais muito altas. Antes deste estudo, apenas um estudo havia encontrado o vírus na saliva de um único paciente com varíola de macaco.
A equipe também descobriu o DNA do vírus em amostras retais (11 de 12 pacientes), nasais (10 de 12 pacientes), sêmen (7 de 9 pacientes) e fecais (8 de 12 pacientes) do grupo da varíola dos macacos.
“Alguns estudos anteriores já tinham mostrado a presença ocasional de DNA viral em algumas amostras e em alguns pacientes, mas aqui mostramos que o DNA viral está frequentemente presente em vários fluidos biológicos, principalmente saliva, durante a fase aguda da doença e até até 16 dias após o início dos sintomas em um paciente”, explica Aida Peiró, pesquisadora do ISGlobal e autora do estudo.
De acordo com os pesquisadores, altas cargas virais na saliva e no sêmen sugerem que o vírus é infeccioso a partir do contato com esses fluidos, mas ainda não dá para afirmar com certeza.