Anvisa publica orientações após caso de varíola do macaco no Brasil
País tem um caso confirmado da doença e pelo menos outros sete em investigação
O Brasil confirmou seu primeiro caso de varíola do macaco nesta semana em um homem de 41 anos de São Paulo, que está em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista. Diante da confirmação, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) reuniu algumas orientações como forma de prevenir e controlar a infecção em hospitais, clínicas e demais serviços de saúde.
Entre as medidas estão o distanciamento de 1 metro entre leitos de pacientes com suspeitas, o isolamento de pacientes infectados até o desaparecimento das “crostas” das lesões e suspensão de visitas e acompanhantes.
Além disso, a Anvisa reforça a necessidade do uso de EPIs, de acordo com a avaliação de risco de exposição a sangue e outros fluidos ou secreções corporais, a higiene das mãos, a limpeza e desinfecção de superfícies, o manuseio seguro de produtos para saúde e roupas, além do seu reprocessamento, o descarte adequado de resíduos, entre outros componentes.
- 5 sinais que podem indicar um ataque isquêmico transitório
- Por que este hábito aumenta o risco de demência, segundo a ciência
- Por que esta fruta ajuda a reduzir risco de infecção urinária
- Estudo investiga relação entre personalidade e risco de demência
Consulte o documento da Anvisa com as orientações aqui.
O que é varíola do macaco
A varíola do macaco (monkeypox, em inglês), é uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, porém com uma apresentação clínica de menor gravidade.
A doença foi descoberta em 1958, quando dois surtos de uma enfermidade semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa, daí o nome “Monkeypox”. O primeiro caso humano foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo.
O vírus é endêmico na região da África Ocidental e África Central e o atual surto é o maior até agora fora do continente africano.
É importante destacar que nenhum óbito associado foi relatado até o momento.
Transmissão
Basicamente, a varíola do macaco é transmitida quando alguém tem contato próximo com uma pessoa infectada.
O vírus tem algumas portas de entrada conhecidas; são elas: lesões na pele, olhos, nariz e boca.
Portanto, a transmissão pode ocorrer a partir do contato direto com as bolhas na pele, caraterísticas da doença, pela tosse ou espirro de pessoas infectadas e também pelo contato com roupas de cama com fluidos contaminados.
Embora esteja sendo investigado, o vírus ainda não foi descrito como uma doença sexualmente transmissível. Porém, pode ser passado durante a relação sexual pela proximidade entre as pessoas e o contato pele a pele.
O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem.
Sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, o período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) da varíola do macao é geralmente de 6 a 13 dias, podendo variar de 5 a 21 dias.
Clinicamente, a infecção pode ser dividida em dois períodos:
• O período febril (entre os dias 0 e 5): caracterizado por febre, cefaleia intensa, adenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dores musculares) e astenia intensa (falta de energia). A adenopatia é um sinal importante para o diagnóstico diferencial da Monkeypox com outras doenças que podem apresentar sintomatologia semelhante como a varicela e o sarampo);
• O período de erupção cutânea (entre 1 e 3 dias após o início da febre): quando aparecem as diferentes fases da erupção cutânea, que geralmente afeta primeiro o rosto e depois se espalha para o resto do corpo.
A erupção evolui sequencialmente de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões firmes levemente elevadas), vesículas (lesões cheias de líquido claro), pústulas (lesões cheias de líquido amarelado) e crostas, o que ocorre em cerca de 10 dias e após isso essas crostas secam e caem. O número de lesões é variado.
Em casos graves, as lesões podem coalescer até que grandes porções de pele se desprendam.
A varíola do macaco é geralmente uma doença autolimitada com os sintomas que duram de 2 a 4 semanas.