EUA registram primeira grávida com varíola do macaco

As mulheres gestantes fazem parte do grupo em risco aumentado para a doença

Os Estados Unidos detectaram seu primeiro caso de varíola do macaco este ano em uma mulher grávida, segundo informaram as autoridades do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O bebê nasceu com segurança e ambos estão bem.

As mulheres grávidas estão entre aquelas que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que podem estar “em risco especialmente aumentado de resultados graves” da doença.

EUA registram primeira gestante com varíola do macaco
Créditos: SanyaSM/istock
EUA registram primeira gestante com varíola do macaco

De acordo com o CDC, o bebê não parece ter contraído a doença da mãe durante a gravidez, como foi relatado durante alguns surtos anteriores em outros países.

O recém-nascido recebeu uma infusão de imunoglobulina, um tratamento com anticorpos que o país tem permissão da Food and Drug Administration para implantar durante surtos de varíola.

Surto no mundo

Nesta quarta-feira, 27, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que já foram reportados mais de 18 mil casos da doença, em 78 países diferentes pelo mundo.

No sábado, a OMS declarou a varíola dos macacos uma emergência de saúde de preocupação internacional.

Isso significa que a agência da ONU vê o surto como uma ameaça significativa o suficiente para a saúde global que é necessária uma resposta internacional coordenada para impedir que o vírus se espalhe ainda mais e potencialmente se transforme em uma pandemia.

Como ocorre  transmissão?

O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual, mas é certo de que pode ocorrer durante a relação sexual devido à proximidade física.

Vírus da varíola do macaco pode ser transmitido a partir do contato próximo com alguém contaminado
Créditos: NIAID
Vírus da varíola do macaco pode ser transmitido a partir do contato próximo com alguém contaminado

O vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.

Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.

Doença é caracteriza por bolhas na pele
Créditos: VisualDX
Doença é caracteriza por bolhas na pele

Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.

O que se sabe até o momento é que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou isolamento, e apenas um paciente foi internado em UTI. A OMS também confirma cinco mortes, todas na África.

Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.