Europa confirma duas mortes por varíola do macaco

As autoridades de saúde espanholas não deram detalhes sobre os óbitos; país já soma 4.298 casos da doença

A Espanha já registrou duas mortes de pacientes com varíola do macaco. A primeira foi confirmada na sexta-feira, 29, e a segunda no dia seguinte.

O jornal “El País” apurou que as duas pessoas desenvolveram uma inflamação no cérebro (encefalite) após contrair a doença. As autoridades de saúde espanholas, no entanto, não deram mais detalhes sobre os óbitos.

 Europa tem duas mortes confirmadas de pacientes com varíola do macaco
Créditos: Md Saiful Islam Khan/istock
 Europa tem duas mortes confirmadas de pacientes com varíola do macaco

Agora já são três mortes de pacientes com a doença fora da África, sendo que a primeira foi no Brasil, confirmada na semana passada.

A Espanha é o país mais afetado pelo atual surto. Até sábado, eram 4.298 casos confirmados da doença – o maior número fora da África até agora.

Como ocorre  transmissão?

O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.

Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.

Erupção cutânea é a principal característica da varíola do macaco
Créditos: reprodução/twitter/Harun Tulunay
Erupção cutânea é a principal característica da varíola do macaco

Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.

Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.

O que se sabe até o momento é que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou isolamento, e apenas um paciente foi internado em UTI. A OMS também confirma cinco mortes, todas na África.

Recém-nascidos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiências imunológicas podem estar em risco de sintomas mais graves e, em casos raros, de morte.