Médico faz alerta após flagrar homem com varíola do macaco no metrô
Passageiro com lesões pelo corpo circulou entre as pessoas sem se importar com o fato de colocar os outros em risco
Uma foto tirada de um homem que aparenta estar com varíola do macaco no metrô de Madri, na Espanha, viralizou, após um médico publicá-la em seu perfil no Twitter como forma de alerta.
Arturo Henriques conta que ninguém no vagão do metrô parecia se importar com a presença do passageiro infectado e ele, então, resolveu abordar o homem. Ele questionou se as lesões em suas pernas eram de varíola do macaco e recebeu uma resposta positiva.
Segundo Henriques, o homem disse que não havia recebido orientações de sua médica pra ficar em casa, apenas usar a máscara.
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O médico então o alertou sobre o perigo que suas lesões pelo corpo representavam aos demais.
“Digo a ele que as lesões que ele tem pelo corpo são as mais contagiosas. Que eu sou médico e que possivelmente ele não entendeu todas as indicações de sua médica de família”, escreveu.
Segundo ele, o passageiro ignorou sua orientações e se sentou. O médico ainda tentou abordar uma mulher ao lado do homem, perguntando se ela não se preocupava em se contaminar. Ela então respondeu: “Como vou temer se eu não sou gay? O governo disse que eram os gays que tinham que se cuidar”.
O médico disse estar preocupado com o número de pessoas que o homem pode ter infectado. “Não faço ideia”, disse ele. “Mas agora, quando pego o metrô, tento manter o equilíbrio o tempo todo, não tocar em nada e muito menos sentar.”
Como é a transmissão?
O vírus da varíola do macaco é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias. Isso inclui ter contato físico e estar cara a cara com a pessoa contaminada, o que pode acontecer no metrô, por exemplo. A transmissão também pode ocorrer a partir do contato com materiais contaminados, como roupa de cama.
Ainda não está claro se a varíola do macaco pode ser transmitida via sexual, através do sêmen ou dos fluidos vaginais. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.
Porém, o fato de a maioria dos infectados no mundo ser formada por homens que fazem sexo com outros homens, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já ressaltou que qualquer pessoa está sujeita ao vírus, independente da orientação sexual.
O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas da varíola do macaco
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.
Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.
Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.
Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.
Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.
Como proteger a si a aos outros?
A OMS orienta aqueles que tem sintomas ou tiveram contato próximo com alguém com varíola que entre em contato com um profissional de saúde para aconselhamento e, se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas, principalmente pele a pele ou face a face, incluindo o contato sexual.
O guia também recomenda a higiene das mãos, objetos e superfícies que foram tocados regularmente e o uso de máscara se estiver em contato próximo com alguém com sintomas.